E eu digo, e ainda caio...

"Se você por acaso cair, não culpe a pedra ou o degrau. Culpe sua visão e atitude falha diante das lombadas no caminho...."RiCarvalho

domingo, 25 de dezembro de 2011

Por teu riso que escrevo...

(RiCarvalho)

Desfruto
De seus sabores
Quando vejo.

Saboreio-lhe:
As curvas;
Os decotes;
Seus trejeitos;
Os seus vais
E seus vêm;
Os seus nãos
E seus sins;
Os seus ais
Ai e ai...
Teu sorriso.
(em que derreto)

Degusto
De seus risos
Como beijos.

E satisfaço
As minhas vontades
E desejos.
Neste delirar
De olhar
E pensar
Que sois minha,
E só minha.

Que quase esqueço
Que és musa.

Então me parto
E lhe deixo.

Guardada na memória
Do tinteiro.
(sempre em riso)

Pois toda musa
Pertence
Então
Somente
À poesia.
...

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Por seus encantos



(RiCArvalho)


Quero ser arrebatado pela loucura 
Das paixões mais fugazes
Pelas damas mais quentes
Para sentir o aveludado de suas peles
De seus seios e bocas

Quero a paz do colo de uma mulher amada
O carinho dos cafunés mais ternos
(em que se dá e se recebe)

Desejo seus corpos nus sobre o meu
Arranhando minh’alma com os bicos de seus seios
Arrepiando todo o meu firmamento

Quero admirar-lhes as formas
Rosto, bunda, cintura, barriga e seios
Independentemente de pesos extras ou a menos
independente de cores...
(toda mulher é bela por merecimento)

Os poetas precisam conhecer uma musa
Mesmo que de vista, mesmo que distante
Assim como o sol precisa brilhar todos os dias
Assim como a lua cheia encanta os enamorados

Quero morrer em seus braços pelo canto da sereia
E assim,
Terminarei minha jornada em sua boca.
(morrerei por encanto)

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Máxima do instante

(RiCarvalho)

Tudo parece mais urgente do que seria
Mais alegre ou triste que poderia
Infinito quando não deveria

Em um instante o instante passa
E nesse instante sabemos
Que o perdemos.
É assim:

Em um instante vivemos
No outro: morremos.

Num instante sou riso
Em outro: pranto.

Em um instante eu sei
Em outro me perco.

Num instante sou amor
No outro só dor.

Em um instante - poema
No outro: esquecimento.

Num instante te amo
Em outro te odeio.

Em um instante o instante acaba
E outro começa...
E é rápido – não pare.

O instante é aquele momento que esperávamos
E nesta hora somos o alfa e o ômega
Decidindo o próprio destino...

No instante é onde tudo se cria ou se perde
Ou nada acontece.

E por apenas um instante fecha-se os olhos para sentir:
Um toque; um abraço; um cheiro, um beijo - o amor.
E tal instante é imperdível – juro! Não o perca
- nenhum instante é como o outro! Não os perca.

Por apenas um instante, mesmo que inconstante
Queremos sobre nós o tremor do corpo amado em gozo
Para descobrirmos que só um instante não basta.

Por este instante seja um anjo
E caia, por culpa de seu amor.
Apenas por um instante 
sem arrependimentos...
(viva!)
...

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Em busca do sem-fim

(RiCarvalho)

Quero viajar além de meus pensamentos.
- Há muito limite neles. Aqui dentro...
Quero ultrapassa os horizontes que vejo
- Sei que minha visão é limitada e o que vejo é pífio...
Quero enfrentar os dragões em moinhos.
- Mesmo que me vejam como mais um louco...

Preciso navegar por entre amores tórridos
Preciso beijar as velhas mazelas em suas bocas,
e dizer: foi bom conhecê-las, agora sei o que não quero 
- Adeus!

Busco, 
Agora, 
O novo.
A aventura.
O viver.
O amor.

Preciso viajar para o distante
E quem sabe por um instante
Me veja como um navegante 
que ouça os sinos e o grito: 
- TERRA À VISTA!
E ouvindo isso,
Pegue o leme,
o gire para os ventos
do oriente,
E parta...

(são os mares, lar das sereias
e em águas desconhecidos que quero morar)



sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Sim, sofri...

(RiCarvalho) Doeu! Tá certo que ainda dói... Mas o quê, meu Deus, pode doer mais que perder a liberdade? Dói, é verdade... Mas já nem tanto com o tempo Hoje menos que ontem e amanhã menos que hoje. A distância pode ser terrível para as saudades Mas pode oferecer a ousadia do novo pela indiferença do tempo. Na esperança que doa menos a cada dia Bem menor hoje. Menos amanhã e depois.

domingo, 6 de novembro de 2011

Porquê preciso?

(RiCarvalho)

Preciso
Porquê gosto
E gosto muito
(Sempre digo)
Te quero
E só quero
(quando não odeio)
Mas fosse isso
O só querer
Seria falso.

Não
Não é isso
Eu amo
E amar é ser
E então sou isso:
Pranto
Beijo
Abraço
Sexo
(e como sou)

Sentimental
Sinto isso
E só disso
De só amor
Não se vive
Mas eu vivo
Porquê preciso
Pra te ver
Te querer
E ter...

E tendo
E sendo isso
Basta!
Ao que ofereço
Esperançosamente
À você.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Onde encontrar a poesia?

(RiCarvalho)

Ei poesia, não sei se daí, dos altos, ainda existo
Serei agora como as luzes estelares que astrônomos dizem já extintas?
- apenas o singelo brilho do que um dia existiu?
Serei hoje um poeta caído no vácuo da inspiração?

Ei poesia, ainda penso...
"penso logo existo", certo?

Ei, sua linda...
Beleza bruta, explosão de cores e sabores
(sentidos que já tive)

Ei, minha bela...
Mãe das sereias, das musas e das existências mais sublimes.

Ei, eu ainda existo! É vero...
Mesmo às margens do talento, mesmo de pulmões vazios
ainda lhe sinto o cheiro, o odor das rimas inda me encanta.
(mesmo que em tristes lembranças)

Ei poesia, ainda penso, inda sinto saudades.
E estas saudades quase matam a mera lembrança de ti.
Então reluto, não me entrego, e empurro
empurro, empurro e empurro...

Sei que a inspiração não se força - ela é como o amor
a inspiração chega sempre de mansinho ante as beleza do mundo
(e assim mesmo empurro nestas linhas)

Ei poesia, só lhe quero, vivo e espero...
Estou aqui, saiba disto - o meu canto é um pranto
E minhas lágrimas são distancia e saudade
Ao vislumbre de uma página em branco que antecede
Teus beijos.
...

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Molhando as Rosas

RiCarvalho - far, far way...

Crescida em teus olhos,
nascida do teu olhar,
que fitava o infinito,
e parecia não se agradar.

Aguada da tua mágoa,
caída como cachoeira,
escorrendo pelas maçãs
rosadas, daquele rosto
- choradeira.

Era uma rosa - pobrezinha.
Que nascera da tristeza,
de um amor que não vingava,
de uma vida traiçoeira.

Esperou um afago cálido,
de um gesto a lhe tomar;
sairia daquela face:
pelo gentil toque
de outro amar.

Então essa tristonha lágrima,
que ao solo cairia:
um brotinho molharia,
e germinando uma rosinha;
que sendo dada aquela moça,
fonte de tristeza em gotas:
às poriam à secar.

(para então recomeçar).
...

domingo, 22 de maio de 2011

Dois é melhor do que um

RiCarvalho – 21/05/11

Mariquinha e eu nos conhecemos a tanto
Nos gostamos a muito
E não nos sabemos a pouco

Mas quando nos reencontramos
É terno, é cálido, é verdadeiro

O beijo e o olhar nos fazem uno
Mas é no abraço que nos tornamos par
(do repartir calor de um por dois)
(pelo amar)
...

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Citando Clarice Lispector

Porque amar é preciso...

"Todos os dias, quando acordo, vou correndo tirar a poeira da palavra amor...

"Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".

"Não me lembro mais qual foi nosso começo. Sei que não começamos pelo começo. Já era amor antes de ser.

"Quando se ama não é preciso entender o que se passa lá fora, pois tudo passa a acontecer dentro de nós.

"Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer.

"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.

"Oh, não se assuste, às vezes, a gente mata por amor, mas eu juro que um dia a gente esquece, juro

"Não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito...



Clarice Lispector - 1920 a 1977 -, Escritora Brasileira, Ucrânia/Brasil.

"Clarice veio de um mistério. Partiu para outro. Ficamos sem saber a essência do mistério. Ou o mistério não era essencial, era Clarice viajando nele." Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 16 de maio de 2011

curta estória...


Naquele dia às margens daquele rio,
o gavião matou o bentivi...
E o julgamento se seguia,
o caso era fácil e corriqueiro
o forte vivendo dos fracos - o usual da vida na floresta
(a vitima não sendo o bentivi, como foi, nem iria a juri)
mas houve um instante anormal
o gavião queria usar as palavras, afinal:

- Senhores me tens como vil, matei, admito, o alegre bentivi. Mas pensem vocês que se eu não o mato eu morro, e daí me perguntam? Não tenho serventia - claro, já fiz coisas terríveis, sou o assassino dos céus. Mas vejam, se eu morro quem irá alimentar meus filhotes recém nascidos? Olhe aqui a foto deles, huh... que lindo... ô o biquinho desse... hah... enfim, pensem que os pobres morrerão de fome, pois não comem outras coisas, e são muito novinhos pra caça maior.

Todos enxugaram as lágrimas contemplativos, e decidiram:
Fariam um exceção e matariam o gavião. Logo, logo viriam mais três dos grandes.

Pobres aves quando não são de rapina, penam
e pensar que nasceram com tanto talento,
a não ser a galinha, esta não,
Que corre idiota sempre em frente...

Então eu lhe pergunto qual a razão do amanhecer?
Está por aqui enquanto tanto disto acontece e nada fazer?
Disto que chamam normalidade e vida
Isto que estampa os cartões postais, desviando os olhares das favelas...
- Enfim, estou partindo.

Mas se algo mudar,
me avisem caso encontrarem a felicidade,
e lhe dêem meu número para entregas
(minha casa não fica longe)

...não sai caro com o preço dos amores de hoje...

domingo, 15 de maio de 2011

As Rosas Não Falam

as rosas não falam
Cartola

Composição : Cartola
Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão,
Enfim
Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar
Para mim
Queixo-me às rosas,
Mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ai
Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhavas meus sonhos
Por fim

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Sertão de minh'alma

RiCarvalho - 18/04/11

A Solidão me castiga
como a sequidão
que castiga o sertanejo

Não ouço os ventos,
e nos céus não há nuvens.
É como se cada gota de vida,
pro chão árido fosse sugado.

Não sinto teus lábios
Não vejo teus olhos
Não toco teu corpo

- Não mais que a imaginação
é capaz de tocar a realidade
ou a realidade os sonhos.

Estou vazio...
pela falta de seu todo.
.

domingo, 1 de maio de 2011

Citando Nietzsche

Porque filosofar é preciso:
"As convicções são cárceres. Mais inimigas da verdade do que as próprias mentiras

"O sucesso tem sido sempre um grande mentiroso.

"Quanto mais me elevo, menor eu pareço aos olhos de quem não sabe voar.

"Sem música, a vida seria um erro.

"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música

"Da escola de guerra da vida: o que não me mata, torna-me mais forte.

"O depois de amanhã me pertence

"Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura

"Se minhas loucuras tivessem explicações, não seriam loucuras.

"Acautela-te quando lutares com monstros, para que não te tornes um.


Friedrich Nietzsche (15 de Outubro de 1844 à 25 de Agosto de 1900) foi um pensador livre, filosofo, com algumas idéias niilistas que poderiam definir sua linha pouco inteligível de ler a sociedade, como ele dizia: "A moral não tem importância e os valores morais não têm qualquer validade, só são úteis ou inúteis consoante a situação"; "A verdade não tem importância; verdades indubitáveis, objectivas e eternas não são reconhecíveis. A verdade é sempre subjectiva"...

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Estática de sentimentos


Ricarvalho - 2007

Sentimentos artificiais
TV, monitores
processaDores pinGentes...
Uma cena teatral vista em tela plana,
sem nenhum chupisco, chuvisco ou coisa assim,
sarau de leitura, cultura binária...
códigos como sempre,
desde a infância:
Pep ippeppepe eu pão pipo,
Em língua do P aparente.
Ensaiando um algoritmo rimado,
faço um número binário,
com zeros e uns imaginários...
comunidades digitalizadoras de gente
fóruns, chats, delete...
sentimentos e estática,
(quase)
sem graça.
...

Um mundo sem fronteiras

A internet em minha opinião é o maior invento do século passado. através desse meio de comunicação ao qual praticamente não existem fronteiras, podemos nos comunicar a toda sorte do pensamento. E as noticias (fofocas, fatos históricos, política e tudo quanto se possa querer saber) tornaram-se tão ágeis e velozes que várias novas profissões nasceram para suprir tal demanda de informação.

Hoje o mundo é movido por essa tecnologia que está em tudo, desde: telefones móveis, relógios; geladeiras, TV's, Tablet's e etc., além dos já comuns computadores. E o advento da Wolrd Wide Web que alavancou o mundo moderno, dentre indústrias e comércio, também elevou a arte aos anônimos e órfãos da mídia,

Me vejo querendo falar sobre tal assunto, fugindo um pouco da poesia, pois foi através deste meio que fui feito poeta. Com a internet eu iniciei minhas experiências neste campo, conheci grandes poetas e amigos. Desvendei muitos mistérios do mundo - inacessíveis para mim, pela muralha da distancia, derrubara por essa grande teia mundial.

Tornei-me blogueiro logo em seguida, devido uma pessoa que conheci ao acaso que insistiu para que eu fizesse uso de tal meio para que ela tivesse acesso remoto e atualizado, e continuando usando dessa tecnologia, que hoje motiva a escrita de meus versos e pensamentos ao passo de uma ave migradora que já viajou pelos quatro cantos do mundo.

Eu verso ao mundo o verbo, pois me espalho como um vírus informativo do que vejo e sinto, me derramo aos olhos de quem se interessar - e isto está limitado, simplesmente ao mundo. Dedico este texto ao grupo inventor da world wide web, que hoje me permite falar com todos que aqui me lêem. E a todos que me lêem espero ter sido de alguma valia informativa. Muito se passou para termos essa comodidade moderna.

Um video interessante que achei no youtube sobre a criação da internet.

Citando Darwin

Porque evoluir é preciso:

"O homem ainda traz em sua estrutura fisica a marca indelével de sua origem primitiva

"A atenção é a mais importante de todas as faculdades para o desenvolvimento da inteligência humana.

"Enquanto meio de educação, a escola para mim foi um simples vazio.

"Conseguimos realizar os nossos propósitos, economizando os minutos.

"A ignorância gera mais frequentemente confiança do que o conhecimento: são os que sabem pouco, e não aqueles que sabem muito, que afirmam de uma forma tão categórica que este ou aquele problema nunca será resolvido


Charles Darwin (1809-1882) - Pensador inglês que revolucionou o mundo com suas idéias e teorias sobre a evolução das espécies, e que desde seu advento vive a popular discussão: Criacionismo vs Evolucionismo.

sábado, 23 de abril de 2011

Pensamentos Despidos

RiCarvalho - 22/04/11

Cá estou eu lançando-me ao julgo alheio
tosco por precisar de aceitação,
aplausos e atenção...
(um tolo completo)

Afetado por ser um bicho social
aprisionado na solidão dos pensamentos
vejo-me nu.

pensando não ser tudo isso que procuram
sabendo não ser isso tudo que julgam
Imagino-me ser alguma coisa além,
melhor do que pensam.

Exponho-me a vossa opinião.

Como uma figura filosófica no trono
e, em pose soberba:
com o queixo repousando sobre o punho
pernas cruzadas apoiando o cotovelo
imaginando ser possível a felicidade
sendo aceito ou não
nesta sociedade.
(Comum, tolo completo)

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Descaso


RiCarvalho - 16/04/11

Salto
sobre sonhos
caio
entre abismos
de sentimentos
por amor
por dor
e tudo
o qual tropeço
e me parto
aos poucos
e em pedaços
dentre pesadelos
de desapego
quase morro
por pavor.

Acordado
de certo
errando
eu me pego
tolo
me apegando
aos prantos
pelos beijos
que rogo
pelo corpo
que desejo
e choro.

Pelo descaso
de teus olhos
que choro
tanto
e canto
ao desencanto.
...

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Poemetos


Incerteza
(RiCarvalho)

Não sei bem
se
meu bem
está bem
sem
o
meu
querer bem.

....

Chegando

Quase lá
caminho
sem eira
nem beira
numa estrada
errante
me viro
indo
ou
vindo
mas
quase lá

...

Amante

pego
nos teus
seios
me deleito
com sexo
sem amor
ou
compromisso
apenas
nós
divertindo.

...

Picante

Mordo
assopro
lambo
lambuzo
amo
ardentemente

...

Por Acaso

Tropeço
levanto
e como se sem destino
nossos caminhos se encontram
nossas deixas se encaixam
deito e sonho
com o acaso
do encontro.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Querendo sentir


RiCarvalho - 08/04/11

Por um tiquinho daquilo que dizem
daquilo que espalham
(que de inveja me tomam)

Queria um décimo desse tanto
e quanto ao resto eu não penso
(talvez menos)

Desejo o pouco do que falam
o muito do que sentem
do tanto deste desejo
(que só os amantes sabem)

Preciso experimentar
qualquer coisa de amor
(como preciso)

Quero matar a curiosidade
de me saber amado.
Amando como te amo
Além das trovas e dores.
..

terça-feira, 12 de abril de 2011

No princípio, o Beijo...


RiCarvalho - 11/04/11

Aqueça meus lábios com os teus
liberte os fogos de artifícios
Nas fagulhas de teus beijos.

Enlouqueça minha mente...
leve tua língua suavemente à minha
E, como aqueles que se amam,
se desejam e se completam...

Nos aprofundaremos
no princípio do amor.

E assim,
por um beijo.
E sempre aos beijos,
chegaremos a cama.
(iremos aos céus)
...

No limiar


RiCarvalho

E o tempo ainda pulsa
no tic-tac dos relógios
a cada minuto de repulsa
- ou não.

E o mundo ainda muda
como um pião atrapalhado
por uma doença aguda
- oh, não!

Mas a vida ainda se destina
pelos gostos e gestos
pelo tempo e escolhas
por um viver sem destino
- entre sims e nãos
(do inicio ao fim)
...

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Desencanto


RiCarvalho - 03/04/11

no meu pranto eu canto
como uma andorinha morta
a cada estação frienta
por canções tristes...

Nos cantos de meus desabores
entrego-me como ao carrasco
trágico como um mexicano
infinito como em novelas toscas

Tudo está podre hoje
ao meu olhar cinza
maldito pelos erros humanos
onde tudo termina em pizza

Nada me incomoda mais
que a dor irrelevante
ou a paixão ignorante,
travestido de amor.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Irei parar de escrever Permanentemente...

RiCarvalho – 01/04/11

O mundo parece não precisar, simplesmente, de poesia
Seguindo um giro intenso e soberbo sobre sua natureza.
Mas a cada volta que o mundo dá,
Uma ou outra coisa nova parece brotar

Por isto pararei de escrever: permanentemente
Permanente é um adjetivo que nos mente
Não existe verdade absoluta, nem mentira plural
Não existe o ser ou não ser - apenas o existencial.

Estou aqui, nasci ali, morrerei acolá...
Vivendo do maniqueísmo de outros, não dá!
Sem que alguém saiba tudo passa, tudo passará

No gira mundo corrido em que vivemos, muda tudo
Para cada mentira desmentida, um novo encontro
Antes do primeiro abril, e de seu dia primeiro.
..

segunda-feira, 21 de março de 2011

Sem Destino

RiCarvalho – 21/03/11

Nas ressacas das marés
Navegam meus pensamentos
Por um algo além do horizonte
Algo mais que os cansáveis rodeios
E direções que o mundo escolhe.

Sigo uma rota difusa passo a passo,
Pois sinto um mundo muito óbvio
Quando ponho meus pés ao chão.
Por isto ergo as velas de meu navio
E navego insanamente dentre nuvens.

Não fui feito para o comum e cotidiano
Para convenções e cordões sociais
Fui escolhido para caminhar entre as estrelas
Navegando sem destino e contra a corrente.

Fui eleito para sorrir e chorar...
(Sem motivo aparente)

...

sexta-feira, 18 de março de 2011

Entre Quatro Paredes

RiCarvalho – 18/03/11

Enquanto ela descia pela minha pele como uma gota de orvalho, em seu deslize, centímetro por centímetro, me dizia: Sentes o meu amor? Sentes o meu desejo?

Eu a sentia, mais do que tudo, eu a sentia...
Mas não havia palavras em minha boca para expressar tal ardor. E, por tanto, a atirei de meu peito, aprisionei-a a cama, e afoguei-me em seus seios, numa volúpia tal qual um bebê faminto pelo leite daquele corpo. Ah, eu a amava em um todo que apenas a poesia é capaz de se fazer saber. E dizia:

Tez de anjo acaricie-me com o arrepio de teus seios
Desejada, amada, linda, linda...
Voluptuosa em teus desejos – e meu corpo.
Em teu corpo lhe tenho meu maior pecado
(a luxúria)
E nele, morro em riso.

Adentrando as quatro paredes de nosso ninho de amor como um maremoto. Sufocando meus pensamentos e meu passado; o que existia... Qualquer coisa existente na sua ausência desaparecia em sua presença. Nada mais importava.

- És querida, és uma visagem refletida dentre os espelhos e íris, dum universo que era tido presente, mas que agora és apenas eu e tu...

Uma sereia,
Uma serpente envolvente, quente, inquietantemente encantadora
Que envenena minha razão com seu toque aveludado,
No seu gozo
No meu gozo
Neste sexo, neste amor...
Em nossa paixão que estilhaça as vidraças de um querer qualquer.

Então, tal sereia ameniza seus encantos numa aproximação sedutora, esfregando os milímetros de seu corpo nos do meu. Subindo até o lóbulo de minha orelha com a boca em uma mordiscada deliciosa, para avisar em suave tom:

- Tomarei um banho, tu vens...?
E sem palavras eu vou,
Para um novo encantamento.
...

quarta-feira, 16 de março de 2011

Oração do Inicio ao Fim.

RiCarvalho - 16/03/11

Nascemos na terra que enterra
dentre pensamentos...
de amor, dor e vida.

neste entre-meio uma esperança
de que no viver existe a surpresa
duma história que há e virá
(até o dia final)

E ao pó vamos seguindo...
guiados pelo destino,
desenhado desde o inicio:
"do pó vens e a ele retornará"
- Amém!
...

sábado, 12 de março de 2011

À Poesia


RiCarvalho - 12/03/11

Ah, eternamente teu - me entrego...
entrego meu coração, te entrego minha vida.
imensuravelmente te ergues sobre o caos
(das mazelas que o mundo ou o homem criam)

Ah, eterna poesia...
tu és o ar dos grandiosos
inexoravelmente em sua sina
poderosa para toda a vida

Oh, infinita e intransponível
Oh, única que assistiu o nascer e morrer
(mas seu morrer é apenas um transformar)

Oh, tu que queimas as línguas trovadoras
em um mar de sentimentos paradoxos
Oh, tu que enche os pulmões de poetas
(com poderosos e verdadeiros sentimentos)

Ah, poesia... tu és o ar.
Tu és o sol e o luar,
tu és divina,
minha sina...

terça-feira, 8 de março de 2011

Entre mulheres e Flores

Um poema mais antigo, mas que canto com carinho neste 8 de março. Parabéns às mulheres, mães, amantes, irmãs, primas e etc. A vida nada seria sem elas.

RiCarvalho


Penso que mulheres deveriam ter nomes de flores, por semelhança.
Margaridas, Dálias, Hortênsias e Rosas...
- tão cheirosas e macias, como pétalas e folhas de seda;
são belas - todas elas - isto é inegável.
E, enraízam-se entre nossos corações.
(se assim deixarmos)

Então a poesia, como um vento. Não esse vento singular, casual;
mas um vento plural; que leva e trás aromas – como paixões...
Fazendo com que tantas belas flores bailem
neste jardim encantado; de sonhos.
E em devaneios, nos encantem ainda mais.
...

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Querer Amor

RiCarvalho – 28/02/11

Dentre verbos que lhe clamam ardorosos
Dentre a vida que me vem distanciando
Pelos montes e moinhos que vão passando
Pelas ventanias que a vida se esvai-indo...
(em quereres de um passado que poderias)

Melancólico pelo tempo tornar-me-hei alvo de tais delírios
Nostálgico, bucólico - por um algo que nunca tive...

E, nem sei se quero, nem sei se posso,
Pois seu ter traz-me a dor do teu querer
– amada minha – que mal sabes do amor.

Amor que mata o que torna o meu peito
Flagelado pelo adeus que não foi dado.
Atormento por tal paixão que só foi isso
(um platonismo)

Oh amor, que faço eu para perder-te de meu peito;
Oh amor, que faço para nunca ter de perder-te;
Oh amor, que faço para ter-te;
Oh amor, que faço eu
- Que faço eu...
Sem ti!?

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Dentro da loucura

RiCarvalho – 11/02/11

Em um hospital, imerso em uma câmara escura
Vejo o reflexo negro de uma imaginação contundida
Prosaica pelos medos do descontrole
- principalmente da normalidade –
A fobia de não mais ser um individuo único
(mesmo que apenas interiormente)

Agressividade, passividade, depressão
Mundos dentro de mundos
Com o copo transbordando ou pela metade.
(sempre pela metade)

Sendo um bicho social,
Eu preciso e não posso, mas eu quero - preciso!

Na antropofagia do consumismo social
Não existe o bem ou o mal
- apenas o capital.
(que se danem, danem-se todos)

A sanidade é uma raridade
A humanidade se extingue
Então, danem-se todos.
Danem-se!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Por um bom ano...

RiCarvalho - 03/01/11

Longe de tudo isso que me estraçalha
Distante deste mundo de mágoas
De sorrisos falsos, de olhos vagos
Apenas quero distancia.

Meus nervos já não são de aço
Minha carne já não é tão rija.
O coração já não bate como antes.
(não com as mesmas crenças)

Mas ainda tenho meus desejos tolos
De um mundo novo – além do ano novo.
Com perspectivas de uma vida nova

E, em meus anseios, quero o improvável;
Quero viver como os que vivem sem dores,
Sem mágoas ou rancores.
Desejo a santidade de uma vida plena.
Com as asas ao vento, com as Iris aos montes

Quero o que há de bom,
Quiçá aqueles amores que perseveram ao tempo;
A amizade sincera de quem pode compartilhar segredos;
Desejo o impossível de meus sonhos bons.
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