RiCarvalho – 18/03/11
Enquanto ela descia pela minha pele como uma gota de orvalho, em seu deslize, centímetro por centímetro, me dizia: Sentes o meu amor? Sentes o meu desejo?
Eu a sentia, mais do que tudo, eu a sentia...
Mas não havia palavras em minha boca para expressar tal ardor. E, por tanto, a atirei de meu peito, aprisionei-a a cama, e afoguei-me em seus seios, numa volúpia tal qual um bebê faminto pelo leite daquele corpo. Ah, eu a amava em um todo que apenas a poesia é capaz de se fazer saber. E dizia:
Tez de anjo acaricie-me com o arrepio de teus seios
Desejada, amada, linda, linda...
Voluptuosa em teus desejos – e meu corpo.
Em teu corpo lhe tenho meu maior pecado
(a luxúria)
E nele, morro em riso.
Adentrando as quatro paredes de nosso ninho de amor como um maremoto. Sufocando meus pensamentos e meu passado; o que existia... Qualquer coisa existente na sua ausência desaparecia em sua presença. Nada mais importava.
- És querida, és uma visagem refletida dentre os espelhos e íris, dum universo que era tido presente, mas que agora és apenas eu e tu...
Uma sereia,
Uma serpente envolvente, quente, inquietantemente encantadora
Que envenena minha razão com seu toque aveludado,
No seu gozo
No meu gozo
Neste sexo, neste amor...
Em nossa paixão que estilhaça as vidraças de um querer qualquer.
Então, tal sereia ameniza seus encantos numa aproximação sedutora, esfregando os milímetros de seu corpo nos do meu. Subindo até o lóbulo de minha orelha com a boca em uma mordiscada deliciosa, para avisar em suave tom:
- Tomarei um banho, tu vens...?
E sem palavras eu vou,
Para um novo encantamento.
...
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