(RiCarvalho)
Tocava a sua pele,
Seus seios excitados me davam o tom. Tocava meu corpo com os pequenos bicos em riste, como em uma dança sensual, esfregava-se nos milímetros de meu corpo. Presenteava-me com o calor da própria pele. E seus beijos me eram como o néctar da mais doce fruta – ou a mais proibida. Tateava-lhe as costas, como quem toca a mais pura seda – e por vezes, tentava rasgar-lhe com os dedos (perdido em desejo); no ímpeto de prender-lhe a mim. Puxava seu corpo, tentava toca-lhe o sexo (perdoe o mau jeito). Mas eu era um prisioneiro do desejo, dominado por uma rosa e o seu cheiro.
Aprisionado dentre beijos,
Estava entregue aos seus desejos, e aos seus caprichos; mas não pensava em escapar; não perderia tais momentos por nada. Era escravo daqueles toques; daqueles beijos. E de meu querer-ter-lhe construí minha cela, e lancei mão de meu juízo - ficaria ali eternamente.
Confinados a quatro paredes,
Um fogo foi aceso, e agora as chamas tomaram tudo que era inflamável – até meu coração. Uma deusa nua se fez presente, e o presenteado se fez um crente fiel. No calor de sua pele luminosa ajoelhei-me em seu louvor. Dentre divinas pernas escravizei minha vontade, e minha língua era apenas clamor. Dançava seu brilho pelo quarto e obrigava-me a segui-la (não que fosse preciso). Senti sua benção: de amor a carne, que recebi em troca de versos jubilosos ao seu louvor.
Mas no fim, despertou-me tão logo,
Fez-me um devoto e me abandonaste. Antes do nascer do dia, seu calor já não era sentido; e o seu toque virara apenas lembranças. Abria os olhos, que embaçados, lhe procuravam – deusa minha. Mas não estavas (nem o cheiro nos travesseiros). Enlouquecido então percebo, que o calor de teus braços me eram apenas mais outra ilusão – de sonhos em vão (da mais indiferente das musas).
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