(RiCarvalho)
Mal acresce, mal trabalha.
Como burocrata se atrapalha
Vive em beco - isolado.
Em sociedade - desprezado.
Sem valor ao capital.
Mas lhe digo, meus amigos
lava a alma deste mundo,
que vive às pragas e imundo;
pois dentre o caos ele recicla:
cotidiano e melancolia,
em palavras e poesias:
- desesperanças serão banidas;
- desigualdades: historinhas;
- violência em fantasia;
- desamor em poesia.
Sei que é pouco, e mal lhe basta
dirás: "apenas palavrinhas".
O mundo é duro a quem trabalha,
sol e lua, noite e dia.
Mas o leia e não esqueça.
Nas palavras tem firmeza.
olhe o mundo por outros olhos,
veja nele: mais belezas.
Que o outrora 'poetinha',
ocioso e sem valia.
Com sua escrita e melodias,
terão valor em suas vidas.
(Como operário de magias).
...
E eu digo, e ainda caio...
"Se você por acaso cair, não culpe a pedra ou o degrau. Culpe sua visão e atitude falha diante das lombadas no caminho...."RiCarvalho
Páginas
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Caminho da solidão
(RiCarvalho)
Caminhando só,
caminho torto,
sem rumo nem beira
na beira do abismo
me torno maligno,
inoculo no mundo,
tal qual um vírus,
danoso, multiplicaDor.
Solidão...
sentimento impuro
errante sem ente,
ente sem ser querido,
querendo querer.
doce companhia,
por um amor...
perdido na via.
....
Estática de sentimentos.
(Ricarvalho)
Sentimentos artificiais
TV, monitores
processaDores pinGentes...
Uma cena teatral vista em tela plana,
sem nenhum chupisco, chuvisco ou coisa assim,
sarau de leitura, cultura binária...
códigos como sempre,
desde a infância:
Pep ippeppepe eu pão pipo,
Em língua do P aparente.
Ensaiando um algoritmo rimado,
faço um número binário,
com zeros e uns imaginários...
comunidades digitalizadoras de gente
fóruns, chats, delete...
sentimentos e estática,
sem graça.
...
Caminhando só,
caminho torto,
sem rumo nem beira
na beira do abismo
me torno maligno,
inoculo no mundo,
tal qual um vírus,
danoso, multiplicaDor.
Solidão...
sentimento impuro
errante sem ente,
ente sem ser querido,
querendo querer.
doce companhia,
por um amor...
perdido na via.
....
Estática de sentimentos.
(Ricarvalho)
Sentimentos artificiais
TV, monitores
processaDores pinGentes...
Uma cena teatral vista em tela plana,
sem nenhum chupisco, chuvisco ou coisa assim,
sarau de leitura, cultura binária...
códigos como sempre,
desde a infância:
Pep ippeppepe eu pão pipo,
Em língua do P aparente.
Ensaiando um algoritmo rimado,
faço um número binário,
com zeros e uns imaginários...
comunidades digitalizadoras de gente
fóruns, chats, delete...
sentimentos e estática,
sem graça.
...
Versada dor
(RiCarvalho)
Versada e conversada,
continua a minha dor...
Não é uma dor de ida,
é uma dor com volta.
Poderia ser sobre amor,
da falta ou excesso dele,
mas é uma dor sem nota.
Versada para entendê-la,
na intenção de curá-la,
freudianamente dizendo:
curá-la só entendendo-a.
mas de curá-la tenho um receio:
- É da dor que nasce a poesia!
E sem poesia se fica a vida,
assim sem sintonia,
parecendo um moribundo,
cotidiano sem rima.
...
Versada e conversada,
continua a minha dor...
Não é uma dor de ida,
é uma dor com volta.
Poderia ser sobre amor,
da falta ou excesso dele,
mas é uma dor sem nota.
Versada para entendê-la,
na intenção de curá-la,
freudianamente dizendo:
curá-la só entendendo-a.
mas de curá-la tenho um receio:
- É da dor que nasce a poesia!
E sem poesia se fica a vida,
assim sem sintonia,
parecendo um moribundo,
cotidiano sem rima.
...
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
E o Amor?
(RiCarvalho)
O amor é uma flor rara que precisa ser regada a cada encontro,
mas não devemos simplesmente molhá-las de lágrimas;
o amor deve ser regado com o brilho carinhoso de olhos amáveis
e o pranto sincero da felicidade em vê-lo florir (é emocionante).
A singeleza do amor ao florir pode rachar o mais pedregoso dos corações.
Então cuide do seu amor tal qual este murchar-se-ia com as amarguras do mundo,
Como se murcha uma flor sufocada pelas daninhas ervas.
Conserve-o livre, evite redomas de vidros...
É preciso ar para inspirar o coração e tempestades para fortalecer as raízes.
(As melhores coisas da vida estão livres)
Cative seu amor dia após dia,
Não arrisque perdê-lo pela idéia tresloucada de que: “ele sabe”.
Luta-se para consegui-lo, e não se deve parar de lutar nunca, para mantê-lo.
Amor melhor é aquele em que se ama quem te ama, mas o amar não nasce por exigências.
Amar é querer o melhor, fazer o melhor e, o melhor virá.
Arme-se com flores, que as guerras não mais amanhecerão.
O amor é uma flor rara que precisa ser regada a cada encontro,
mas não devemos simplesmente molhá-las de lágrimas;
o amor deve ser regado com o brilho carinhoso de olhos amáveis
e o pranto sincero da felicidade em vê-lo florir (é emocionante).
A singeleza do amor ao florir pode rachar o mais pedregoso dos corações.
Então cuide do seu amor tal qual este murchar-se-ia com as amarguras do mundo,
Como se murcha uma flor sufocada pelas daninhas ervas.
Conserve-o livre, evite redomas de vidros...
É preciso ar para inspirar o coração e tempestades para fortalecer as raízes.
(As melhores coisas da vida estão livres)
Cative seu amor dia após dia,
Não arrisque perdê-lo pela idéia tresloucada de que: “ele sabe”.
Luta-se para consegui-lo, e não se deve parar de lutar nunca, para mantê-lo.
Amor melhor é aquele em que se ama quem te ama, mas o amar não nasce por exigências.
Amar é querer o melhor, fazer o melhor e, o melhor virá.
Arme-se com flores, que as guerras não mais amanhecerão.
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
A Cigarra e a Formiga
é uma das fábulas atribuídas a Esopo e recontada por Jean de La Fontaine.
Tendo a cigarra cantado durante o verão,
Apavorou-se com o frio da próxima estação.
Sem mosca ou verme para se alimentar,
Com fome, foi ver a formiga, sua vizinha,
pedindo-lhe alguns grãos para agüentar
Até vir uma época mais quentinha!
- "Eu lhe pagarei", disse ela,
- "Antes do verão, palavra de animal,
Os juros e também o capital."
A formiga não gosta de emprestar,
É esse um de seus defeitos.
"O que você fazia no calor de outrora?"
Perguntou-lhe ela com certa esperteza.
- "Noite e dia, eu cantava no meu posto,
Sem querer dar-lhe desgosto."
- "Você cantava? Que beleza!
Pois, então, dance agora!"
Tendo a cigarra cantado durante o verão,
Apavorou-se com o frio da próxima estação.
Sem mosca ou verme para se alimentar,
Com fome, foi ver a formiga, sua vizinha,
pedindo-lhe alguns grãos para agüentar
Até vir uma época mais quentinha!
- "Eu lhe pagarei", disse ela,
- "Antes do verão, palavra de animal,
Os juros e também o capital."
A formiga não gosta de emprestar,
É esse um de seus defeitos.
"O que você fazia no calor de outrora?"
Perguntou-lhe ela com certa esperteza.
- "Noite e dia, eu cantava no meu posto,
Sem querer dar-lhe desgosto."
- "Você cantava? Que beleza!
Pois, então, dance agora!"
Solilóquio
(RiCarvalho)
O que fazei de grandioso, homem?
Tu que se sentas na frente de um PC; percebes que o mundo vai além do pensar?
Incauto em sua poltrona de mármore e sua imensa sabedoria cibernética,
enxerga as chagas que lhe consomem?
Enxerga as mazelas dos homens, ou as tuas próprias?
Oh, pensamentos vãos – deixa-me!
Tu que nada me acrescenta – abandona-me!
Olhando para essas teclas, esses dedos.
Falanges que se estalam, movimentando-se em agonia
Tentando seguir as mentiras dos pensamentos
- E descrevê-los.
Oh, tolo pensamento – passa!
Estes que me torturam – vão-se!
Devo algo a mim mesmo, ou a outro?
Devo satisfação ao mundo – devo?
Não quero mais sabê-lo... Não apenas sabê-lo.
Quero tatear-lhe com meus dedos. Mesmo em minha timidez virginal.
Tocar-lhe como se toca uma jovem de pele macia, quente; próxima ao êxtase do gozo.
Quero a poesia sentida, tátil, vívida; de uma vida feliz ou triste.
Lágrimas se fazem quando sentimos, e é preciso alguma coisa além da inércia.
É preciso amor e, dele, espero sentir mais que um assento sob meu traseiro cansado...
Oh, pensamento – tente!
Me leves ao toque de uma mulher ardente – e lá me deixas.
(Para sempre)
...
O que fazei de grandioso, homem?
Tu que se sentas na frente de um PC; percebes que o mundo vai além do pensar?
Incauto em sua poltrona de mármore e sua imensa sabedoria cibernética,
enxerga as chagas que lhe consomem?
Enxerga as mazelas dos homens, ou as tuas próprias?
Oh, pensamentos vãos – deixa-me!
Tu que nada me acrescenta – abandona-me!
Olhando para essas teclas, esses dedos.
Falanges que se estalam, movimentando-se em agonia
Tentando seguir as mentiras dos pensamentos
- E descrevê-los.
Oh, tolo pensamento – passa!
Estes que me torturam – vão-se!
Devo algo a mim mesmo, ou a outro?
Devo satisfação ao mundo – devo?
Não quero mais sabê-lo... Não apenas sabê-lo.
Quero tatear-lhe com meus dedos. Mesmo em minha timidez virginal.
Tocar-lhe como se toca uma jovem de pele macia, quente; próxima ao êxtase do gozo.
Quero a poesia sentida, tátil, vívida; de uma vida feliz ou triste.
Lágrimas se fazem quando sentimos, e é preciso alguma coisa além da inércia.
É preciso amor e, dele, espero sentir mais que um assento sob meu traseiro cansado...
Oh, pensamento – tente!
Me leves ao toque de uma mulher ardente – e lá me deixas.
(Para sempre)
...
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Um Eu Filo-só-ficando
(RiCarvalho)
Disso tudo; mudo o mundo mudo (dedos me bastam):
Em
Existencialismo, maniqueísmo, panteísmo, eufemismo e manéismo...
Será que realmente vivemos aqui? Sentados em frente ao PC; no trabalho ou em casa; na vida ou na história – quiçá na história?
(E se cá estamos, fazemos algum sentido em nossa existência?)
Exponencialmente, somos átomos para o universo, micro-vida; descartável individualmente. Quiçá de alguma valia em conjunto (Unidos)...
Vejo-me como uma esponja; uma pequena massa de barro, atrás de mais terra e água - um pouco de cada por vez. Tentando encontrar a medida exata para não endurecer antes de alcançar o tamanho almejado e, também, não ficar mole demais e virar lama. A escultura que pretendo fazer será grandiosa. Se conseguir, manter-se-hei a homogeneidade de minha massa, e ascenderei ao fogo de minha existência. Sob os olhos de um mundo cada vez mais conectado; de informação fluida; conhecimento livre! Sinto-me, mais que ontem, barro a espera de um molde novo. Existindo sob habilidosas mãos Divinas.
Remodelando sempre...
...
Disso tudo; mudo o mundo mudo (dedos me bastam):
Em
Existencialismo, maniqueísmo, panteísmo, eufemismo e manéismo...
Será que realmente vivemos aqui? Sentados em frente ao PC; no trabalho ou em casa; na vida ou na história – quiçá na história?
(E se cá estamos, fazemos algum sentido em nossa existência?)
Exponencialmente, somos átomos para o universo, micro-vida; descartável individualmente. Quiçá de alguma valia em conjunto (Unidos)...
Vejo-me como uma esponja; uma pequena massa de barro, atrás de mais terra e água - um pouco de cada por vez. Tentando encontrar a medida exata para não endurecer antes de alcançar o tamanho almejado e, também, não ficar mole demais e virar lama. A escultura que pretendo fazer será grandiosa. Se conseguir, manter-se-hei a homogeneidade de minha massa, e ascenderei ao fogo de minha existência. Sob os olhos de um mundo cada vez mais conectado; de informação fluida; conhecimento livre! Sinto-me, mais que ontem, barro a espera de um molde novo. Existindo sob habilidosas mãos Divinas.
Remodelando sempre...
...
Um Ator da Vida
(RiCarvalho)
Com o despertar das cortinas
Escolho as mascaras do dia-a-dia.
Já fui tantos, sou ninguém.
Um tanto assim, um pouco assado.
Um homem bom – Ego:
Por solidariedade; pela sociedade.
Que aplaude o Bom – a fraude.
Sigo a corrente, procuro o fácil.
(assim: tão difícil...)
Sinto nada do que nada sinto – finjo.
São tantas vidas numa só.
Tantos mortos - que finjo dó.
Cenas e cenas me vêm a mente
Já não sei mais, quais que mentem
Amo a todas desta novela
(mas finjo o gozo – que goza nelas)
E choro tanto pelas mazelas...
com lágrimas secas de cinema.
Por tanto, aguardo
o adormecer das cortinas.
Junto ao fim sagrado, de minh’agonia.
...
Com o despertar das cortinas
Escolho as mascaras do dia-a-dia.
Já fui tantos, sou ninguém.
Um tanto assim, um pouco assado.
Um homem bom – Ego:
Por solidariedade; pela sociedade.
Que aplaude o Bom – a fraude.
Sigo a corrente, procuro o fácil.
(assim: tão difícil...)
Sinto nada do que nada sinto – finjo.
São tantas vidas numa só.
Tantos mortos - que finjo dó.
Cenas e cenas me vêm a mente
Já não sei mais, quais que mentem
Amo a todas desta novela
(mas finjo o gozo – que goza nelas)
E choro tanto pelas mazelas...
com lágrimas secas de cinema.
Por tanto, aguardo
o adormecer das cortinas.
Junto ao fim sagrado, de minh’agonia.
...
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Sentimento profundo
(RiCarvalho)
Fundo, fundo
me afundo no mar
obscuro
sem ar
afogado
sentimentos abissais
azia...
vislumbramento, te juro!
me perco...
sem chão, nem mundo
parece que sumo
o que faço?
quero seu olhar,
lindo olhar por sinal...
tropeço e caio,
enrubesço.
estende-se uma mão
- É dela.
café, bate-papo
um beijo.
...me aqueço,
e outra vez
eu me perco.
...
Fundo, fundo
me afundo no mar
obscuro
sem ar
afogado
sentimentos abissais
azia...
vislumbramento, te juro!
me perco...
sem chão, nem mundo
parece que sumo
o que faço?
quero seu olhar,
lindo olhar por sinal...
tropeço e caio,
enrubesço.
estende-se uma mão
- É dela.
café, bate-papo
um beijo.
...me aqueço,
e outra vez
eu me perco.
...
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
HAIKAI why, uai?
HAIKAI do dia.
O Sol se levanta elegante
sobre relva fina que cobre a colina
Presente, neste novo belo dia.
HAIKAI da tempestade
Furiosa ventania, chuvarada sem rima
Vingativa, castiga as fezes de ingrata humanidade
que, em adversidades, se dói.
HAIKAI tardia
É natural amar a vida
mas não devemos esperar o seu partir
maldita dor nunca espera despedir-se.
HAIKAI do fim
O fim natural das coisas
dói a quem na vida ama outros
por este amor sentir partir.
O Sol se levanta elegante
sobre relva fina que cobre a colina
Presente, neste novo belo dia.
HAIKAI da tempestade
Furiosa ventania, chuvarada sem rima
Vingativa, castiga as fezes de ingrata humanidade
que, em adversidades, se dói.
HAIKAI tardia
É natural amar a vida
mas não devemos esperar o seu partir
maldita dor nunca espera despedir-se.
HAIKAI do fim
O fim natural das coisas
dói a quem na vida ama outros
por este amor sentir partir.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Poesia ô Poesia
Língua morta
(RiCarvalho)
Aqui jaz a palavra,
Assassinada pelo seu povo,
Adoecida na ponta da língua,
Vivia a mingua,
Mutilada,
Perdida.
Mas, mesmo em epitáfio,
deixou palavras bonitas:
- Paz, amor, liberdade e vida.
são as palavras da palavra,
para que não seja esquecida,
e, pra quem sabe, virar poesia.
(quiçá em merecidas línguas).
...
Águas Passadas
(RiCarvalho)
Eu poderia ter contado (...)
Daquilo que eu sentia
(amor, dor e ódio)
Eu poderia ter me calado (...)
E evitado o pranto daqueles dias
Eu poderia ter dito tantas coisas (...)
E talvez não tivesse perdido
E se não estivesse perdido
- encontrado contigo um dia –
E se não estivesse ferido
- me levantaria e seguiria –
E se soubesse de meu futuro
O meu mundo seria apenas jubilo
Minha casa seria alegria
Meu amor correspondido
Minha história reescrita
(mas só me resta o presente)
Eu deveria ter sabido (...)
Que o rio não voltava
Que as águas do futuro um dia tormentariam
E que a vida, na maioria das vezes,
É como um presente embrulhado e sem remetente
Que quando aberto, nunca mais poderá ser devolvido
(a não ser ao túmulo)
(nas palavras vazias de despedida)
(quiçá nas canções de novos dias)
Pois passageiros somos
- na jangada da vida.
Prisioneiro
(Ricarvalho)
Atrás das grades:
Quadrado luminoso
De ensolarada tarde
- Liberta visões.
Vejo os pardais
E a primavera chegar
Vejo o florir dos campos
Com borboletas a voar
Atrás das grades:
Sinto a dor de ver-se
Solitário e indigno
- das graças do mundo.
Lembro da família
Mãe, irmãos e amigos.
Lembro dos amores
Rita, Isadora, Beatriz, Andréia...
E Aquela.
Atrás destas grades
Estou perdido,
Trancado;
Injustiçado
- culpa da mente.
Pensava poder mudar as coisas
- Mudar o mundo!
Pensava que o outro era confiável
Mas foi o contrario que o outro se mostrou.
Atrás destas grades,
Vejo meu amor se ir
Deixando-me preso,
Amarrado até o pescoço
- a forca seria mais piedosa.
Preso em uma dor que me tirou à calma
Não faço nada, não como; não bebo...
Apenas um reflexo do homem que,
Quando livre, fretava com a felicidade.
(antes da sentença de um amor perdido)
...
Do alto da janela eu vejo
(RiCarvalho)
Da janela da minha sala
eu vejo um mundo que passa
(e ele corre)
Eu vejo a chuva fraca
Caindo nos verdes ipês de abril
Nos cinzas de granito ou no negro asfalto
Que se perdem de vista
(de urbana cidade)
Que substituíra muito do verde que ali tinha
No qual andorinhas bailavam, agora
Só via-se pedra, vidro e metal.
(Trocaram as cores vivas por um colorido artificial)
Mas as aves não desistiram de seu bailar vespertino
E em todo fim de tarde elas vinham
E como em protesto bailavam
No alto de nossas esquinas, sentavam
Nos fios altos que cantavam progresso, miravam
Nos donos de automóveis e asfalto
Cagavam e riam...
(cantavam dementes)
E da janela da minha sala
A tudo assistia, vendo com certa ironia
Que dali não me acertavam - pois dali eu nada fazia...
(sorria demente)
...
(RiCarvalho)
Aqui jaz a palavra,
Assassinada pelo seu povo,
Adoecida na ponta da língua,
Vivia a mingua,
Mutilada,
Perdida.
Mas, mesmo em epitáfio,
deixou palavras bonitas:
- Paz, amor, liberdade e vida.
são as palavras da palavra,
para que não seja esquecida,
e, pra quem sabe, virar poesia.
(quiçá em merecidas línguas).
...
Águas Passadas
(RiCarvalho)
Eu poderia ter contado (...)
Daquilo que eu sentia
(amor, dor e ódio)
Eu poderia ter me calado (...)
E evitado o pranto daqueles dias
Eu poderia ter dito tantas coisas (...)
E talvez não tivesse perdido
E se não estivesse perdido
- encontrado contigo um dia –
E se não estivesse ferido
- me levantaria e seguiria –
E se soubesse de meu futuro
O meu mundo seria apenas jubilo
Minha casa seria alegria
Meu amor correspondido
Minha história reescrita
(mas só me resta o presente)
Eu deveria ter sabido (...)
Que o rio não voltava
Que as águas do futuro um dia tormentariam
E que a vida, na maioria das vezes,
É como um presente embrulhado e sem remetente
Que quando aberto, nunca mais poderá ser devolvido
(a não ser ao túmulo)
(nas palavras vazias de despedida)
(quiçá nas canções de novos dias)
Pois passageiros somos
- na jangada da vida.
Prisioneiro
(Ricarvalho)
Atrás das grades:
Quadrado luminoso
De ensolarada tarde
- Liberta visões.
Vejo os pardais
E a primavera chegar
Vejo o florir dos campos
Com borboletas a voar
Atrás das grades:
Sinto a dor de ver-se
Solitário e indigno
- das graças do mundo.
Lembro da família
Mãe, irmãos e amigos.
Lembro dos amores
Rita, Isadora, Beatriz, Andréia...
E Aquela.
Atrás destas grades
Estou perdido,
Trancado;
Injustiçado
- culpa da mente.
Pensava poder mudar as coisas
- Mudar o mundo!
Pensava que o outro era confiável
Mas foi o contrario que o outro se mostrou.
Atrás destas grades,
Vejo meu amor se ir
Deixando-me preso,
Amarrado até o pescoço
- a forca seria mais piedosa.
Preso em uma dor que me tirou à calma
Não faço nada, não como; não bebo...
Apenas um reflexo do homem que,
Quando livre, fretava com a felicidade.
(antes da sentença de um amor perdido)
...
Do alto da janela eu vejo
(RiCarvalho)
Da janela da minha sala
eu vejo um mundo que passa
(e ele corre)
Eu vejo a chuva fraca
Caindo nos verdes ipês de abril
Nos cinzas de granito ou no negro asfalto
Que se perdem de vista
(de urbana cidade)
Que substituíra muito do verde que ali tinha
No qual andorinhas bailavam, agora
Só via-se pedra, vidro e metal.
(Trocaram as cores vivas por um colorido artificial)
Mas as aves não desistiram de seu bailar vespertino
E em todo fim de tarde elas vinham
E como em protesto bailavam
No alto de nossas esquinas, sentavam
Nos fios altos que cantavam progresso, miravam
Nos donos de automóveis e asfalto
Cagavam e riam...
(cantavam dementes)
E da janela da minha sala
A tudo assistia, vendo com certa ironia
Que dali não me acertavam - pois dali eu nada fazia...
(sorria demente)
...
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
O segredo do (bom) trabalho
(Ricarvalho)
“E tudo quanto fizerdes, fazei-o de coração, como ao Senhor, e não aos homens.”
“Fazer o que gosta” é o senso comum dos especialistas em vocação e colocação profissional. Mas como chegar lá? Os mesmo especialistas admitem que não é fácil chegar lá - para a maioria das pessoas, ao menos, e eu concordo. Até pouco tempo eu não sabia do que gostava, na verdade, não gostava de nada que sustentasse o estilo de vida que eu almejava. Passaram-se anos até que senti na pele o que Gonzaguinha escreveu, e cantou: “E sem o seu trabalho, o homem não tem honra. E sem a sua honra, se morre, se mata”. Não cheguei literalmente ao “Morre” e “Mata”, mas o sentimento era de algo semelhante. Não que fosse difícil reverter o estado de ociosidade total – neste caso. Certas qualificações podem lhe proporcionar certos tipos de serviços. Mas eu não estava na busca de apenas um serviço e, sim, de um trabalho que engrandecesse meu espírito (com sorte o bolso) – não o ego, pensava. Procurava algo que me fizesse acordar no horário marcado com um sorriso, e este, eu pudesse levar comigo a todos os lugares com a boca cheia de adjetivos do quão gratificante era meu oficio. Mesmo nos maus dias. Ter ciência que o alimento de cada dia e as vestimentas que me cobriam, respingavam gotas de meu suor. Não apenas o óleo viscoso proveniente da transpiração; mas do símbolo do fazer o que gosta todos os dias. Calcular, correr, ensinar, inspirar, escrever e etc – não importava. O que importava era o fazer o que gosta – caso gostasse de algo.
Pensava eu...
Que o importante era o fazer o que gosta e não gostar do que fazia. Mesmo que apenas o suficiente para manter a dignidade e o sustento. Mas o fazer o que gosta estava cravado no intimo e cobria meus ideais como um véu. Fazer o que gosta, fazer o que gosta. Mesmo vivendo em uma caverna e comendo dos restos – fazer o que gosta ou não fazer nada. E a vida se perdia com os dias...
A Bíblia diz, em uma analogia simples de se entender, desta sabedoria em se prover: “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos, e sê sábio; a qual, não tendo chefe, nem superintendente, nem governador, no verão faz a provisão do seu mantimento, e ajunta o seu alimento no tempo da ceifa.“ Provérbios 6:6-11. Quem não trabalha não se alimenta, ou vive as custas de outros para isso, como parasitas.
Até aqui pode-se perceber a tolice do narrador – clara como cristal, baseado em um pensamento ilusório. A verdade é que, a busca de um sonho suplantou as possibilidades; tornando as possibilidades, visitantes desconhecidos para um anfitrião arrogante. E o ócio tornou-se preguiça e a preguiça um guia. Estava condenado e não sabia – assim li no Livro: “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças; porque no Seol(inferno), para onde tu vais, não há obra, nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.” Eclesiastes 9:10. – cruz credo, se benze o preguiçoso; se benzia eu. Achei um certo exagero; ir ao inferno por nada fazer? Mas aqui na terra, se nada fizermos para mudar uma situação desagradável, criamos nosso próprio inferno terreno. E viveremos nele até o fim de nossas existências; longas ou curtas – mas infernais, com certeza.
Vejo agora com clareza, que toda aquela monotonia insana baseada em um sonho, que distanciado pelo ego mimado, desperdiçaram meus dias. E examinando, entendi que não devemos esquecer os nossos sonhos. Mas também, devemos vigiar nosso orgulho. O mundo não nos oferece apenas frutas maduras e doces, topamos quase sempre com as verdes e amargas. O exercício da paciência é uma virtude milenar. Como , certa vez assisti, em um filme que não lembro o nome: “todos, um dia, servem café”. E que, principalmente, não existe vergonha nisso; não há vergonha no trabalho – vergonhoso é roubar, e ainda a tantos que o fazem. Hoje, “sirvo café” com orgulho, vendo este serviço como um degrau que me levará aos meus sonhos. Quiçá um dia, meus descendentes aprendam tal lição antes de se darem conta que o tempo só anda para frente, apressado; e que a memória castiga a consciência pelos dias perdidos pelos “SE´s”. “Ah, se eu tivesse...”, é o mais comum, seguido de alguns verbos conjugados no passado para completar a frase. Lamentar é o que nos sobra quando ficamos inertes.
O segredo de um bom trabalho é amar o que estiver fazendo, não deixando de sonhar com o que há de vir – o futuro ainda pode ser escrito no presente, mesmo que aos trancos e barrancos. Pois aquele que busca encontrará - diz um provérbio milenar.
“E tudo quanto fizerdes, fazei-o de coração, como ao Senhor, e não aos homens.”
“Fazer o que gosta” é o senso comum dos especialistas em vocação e colocação profissional. Mas como chegar lá? Os mesmo especialistas admitem que não é fácil chegar lá - para a maioria das pessoas, ao menos, e eu concordo. Até pouco tempo eu não sabia do que gostava, na verdade, não gostava de nada que sustentasse o estilo de vida que eu almejava. Passaram-se anos até que senti na pele o que Gonzaguinha escreveu, e cantou: “E sem o seu trabalho, o homem não tem honra. E sem a sua honra, se morre, se mata”. Não cheguei literalmente ao “Morre” e “Mata”, mas o sentimento era de algo semelhante. Não que fosse difícil reverter o estado de ociosidade total – neste caso. Certas qualificações podem lhe proporcionar certos tipos de serviços. Mas eu não estava na busca de apenas um serviço e, sim, de um trabalho que engrandecesse meu espírito (com sorte o bolso) – não o ego, pensava. Procurava algo que me fizesse acordar no horário marcado com um sorriso, e este, eu pudesse levar comigo a todos os lugares com a boca cheia de adjetivos do quão gratificante era meu oficio. Mesmo nos maus dias. Ter ciência que o alimento de cada dia e as vestimentas que me cobriam, respingavam gotas de meu suor. Não apenas o óleo viscoso proveniente da transpiração; mas do símbolo do fazer o que gosta todos os dias. Calcular, correr, ensinar, inspirar, escrever e etc – não importava. O que importava era o fazer o que gosta – caso gostasse de algo.
Pensava eu...
Que o importante era o fazer o que gosta e não gostar do que fazia. Mesmo que apenas o suficiente para manter a dignidade e o sustento. Mas o fazer o que gosta estava cravado no intimo e cobria meus ideais como um véu. Fazer o que gosta, fazer o que gosta. Mesmo vivendo em uma caverna e comendo dos restos – fazer o que gosta ou não fazer nada. E a vida se perdia com os dias...
A Bíblia diz, em uma analogia simples de se entender, desta sabedoria em se prover: “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos, e sê sábio; a qual, não tendo chefe, nem superintendente, nem governador, no verão faz a provisão do seu mantimento, e ajunta o seu alimento no tempo da ceifa.“ Provérbios 6:6-11. Quem não trabalha não se alimenta, ou vive as custas de outros para isso, como parasitas.
Até aqui pode-se perceber a tolice do narrador – clara como cristal, baseado em um pensamento ilusório. A verdade é que, a busca de um sonho suplantou as possibilidades; tornando as possibilidades, visitantes desconhecidos para um anfitrião arrogante. E o ócio tornou-se preguiça e a preguiça um guia. Estava condenado e não sabia – assim li no Livro: “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças; porque no Seol(inferno), para onde tu vais, não há obra, nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.” Eclesiastes 9:10. – cruz credo, se benze o preguiçoso; se benzia eu. Achei um certo exagero; ir ao inferno por nada fazer? Mas aqui na terra, se nada fizermos para mudar uma situação desagradável, criamos nosso próprio inferno terreno. E viveremos nele até o fim de nossas existências; longas ou curtas – mas infernais, com certeza.
Vejo agora com clareza, que toda aquela monotonia insana baseada em um sonho, que distanciado pelo ego mimado, desperdiçaram meus dias. E examinando, entendi que não devemos esquecer os nossos sonhos. Mas também, devemos vigiar nosso orgulho. O mundo não nos oferece apenas frutas maduras e doces, topamos quase sempre com as verdes e amargas. O exercício da paciência é uma virtude milenar. Como , certa vez assisti, em um filme que não lembro o nome: “todos, um dia, servem café”. E que, principalmente, não existe vergonha nisso; não há vergonha no trabalho – vergonhoso é roubar, e ainda a tantos que o fazem. Hoje, “sirvo café” com orgulho, vendo este serviço como um degrau que me levará aos meus sonhos. Quiçá um dia, meus descendentes aprendam tal lição antes de se darem conta que o tempo só anda para frente, apressado; e que a memória castiga a consciência pelos dias perdidos pelos “SE´s”. “Ah, se eu tivesse...”, é o mais comum, seguido de alguns verbos conjugados no passado para completar a frase. Lamentar é o que nos sobra quando ficamos inertes.
O segredo de um bom trabalho é amar o que estiver fazendo, não deixando de sonhar com o que há de vir – o futuro ainda pode ser escrito no presente, mesmo que aos trancos e barrancos. Pois aquele que busca encontrará - diz um provérbio milenar.
Confesso que estou cansado
(RiCarvalho)
Desta canseira urbana, que cansa a vida, cansativa e vívida de dor ferrenha e seletiva; deste mundo tosco, por oneroso dia; que dia-a-dia passa sem a alegria, por sublime dor - de sublime amor – que canto pelos cantos de meu coração.
(cansativa canção)
É lindo a queda de pétalas, das flores dos Ipês coloridos, que enquanto caem, vivendo contínuo ciclo dançando com o vento; neste balé natural que renova (eternamente); tanto me encantam quanto uma imagem sobrenatural, como se fosse Deus brincando de ciranda, feito criança em seu jardim mundano, cercado de animais bípedes embriagados pela própria vaidade.
Desta canseira urbana, que cansa a vida, cansativa e vívida de dor ferrenha e seletiva; deste mundo tosco, por oneroso dia; que dia-a-dia passa sem a alegria, por sublime dor - de sublime amor – que canto pelos cantos de meu coração.
(cansativa canção)
É lindo a queda de pétalas, das flores dos Ipês coloridos, que enquanto caem, vivendo contínuo ciclo dançando com o vento; neste balé natural que renova (eternamente); tanto me encantam quanto uma imagem sobrenatural, como se fosse Deus brincando de ciranda, feito criança em seu jardim mundano, cercado de animais bípedes embriagados pela própria vaidade.
sábado, 31 de outubro de 2009
Escrevendo poesia, talvez...
Água mole...
(RicardoCarvalho)
Um rio é:
como a nossa vida,
calma e pura,
ou, turbulenta e imunda;
depende do caminho
- é verdade!
A fluidez de um rio,
que nunca pára,
que segue sua trilha,
calma em solo plano;
turbulenta em meio às pedras;
pedras em nossos caminhos.
Ou seremos nós a procurá-las?
Sei que elas estão lá,
aparecem quando menos esperamos;
mas quem escolhe o caminho?
Os caminhos que apontam às pedras?
E, não esqueçamos: são estáticas.
imóveis pela falta de ação.
Esperando uma reação nossa.
Sejamos como o tal rio,
que, em meio às pedras do caminho,
não se rende, corre, forçando passagem;
fica tortuosa, é verdade. Mas avança.
E quem quer uma vida enfadonha?
Também quero avançar. Ir além.
Quero companhia, amigos e marretas;
quebraremos essas pedras.
pedras no caminho,
pedras duras,
- bate! Que um dia...
fura.
...
Carta Anônima.
(RiCarvalho)
Não sei o que dizer a este amor – que tu me deste
De uma aventura insana; que sana e enlouquece meu coração
Não sei o que dizer a minha vida, que ruma em linha fina
(Equilibrando-se e desequilibrando-se...)
Enquanto caio – em desencanto -, grito seu nome...
Em minha mente sempre lhe clamo...
Mas não consigo dizer-lhe: do meu amor;
Dos prantos destas saudades...
Não sei o que dizer a essa dor,
Que esmaga, silenciosamente,
Meu coração.
(PS: sei que preciso lhe dizer: te amo;
Mas não sei dizer-lhe o tanto. )
...
Coisas de Amor
(RiCarvalho)
Quando, deste amor eu lhe falar,
O qual eu sinto tanto, tanto...
(que dá medo)
O amor machuca como espinhos de rosas...
(então me fecho)
Sinto já não saber o que pensar, de tudo ou do pouco.
Sinto que quando sinto, tanto sinto que mal eu sinto...
(às vezes embrulha-me o estomago)
Quero que ao falar de tal ardor,
Lembremos dos bons momentos
(só neles que nos vejo)
Esqueça as magoas,
A despeito do repensar.
E sem pesar, eu lhe prometo:
Amar a dor que tanto sinto por te amar.
que só o Tempo saberá.
(e espero que saiba)
...
(RicardoCarvalho)
Um rio é:
como a nossa vida,
calma e pura,
ou, turbulenta e imunda;
depende do caminho
- é verdade!
A fluidez de um rio,
que nunca pára,
que segue sua trilha,
calma em solo plano;
turbulenta em meio às pedras;
pedras em nossos caminhos.
Ou seremos nós a procurá-las?
Sei que elas estão lá,
aparecem quando menos esperamos;
mas quem escolhe o caminho?
Os caminhos que apontam às pedras?
E, não esqueçamos: são estáticas.
imóveis pela falta de ação.
Esperando uma reação nossa.
Sejamos como o tal rio,
que, em meio às pedras do caminho,
não se rende, corre, forçando passagem;
fica tortuosa, é verdade. Mas avança.
E quem quer uma vida enfadonha?
Também quero avançar. Ir além.
Quero companhia, amigos e marretas;
quebraremos essas pedras.
pedras no caminho,
pedras duras,
- bate! Que um dia...
fura.
...
Carta Anônima.
(RiCarvalho)
Não sei o que dizer a este amor – que tu me deste
De uma aventura insana; que sana e enlouquece meu coração
Não sei o que dizer a minha vida, que ruma em linha fina
(Equilibrando-se e desequilibrando-se...)
Enquanto caio – em desencanto -, grito seu nome...
Em minha mente sempre lhe clamo...
Mas não consigo dizer-lhe: do meu amor;
Dos prantos destas saudades...
Não sei o que dizer a essa dor,
Que esmaga, silenciosamente,
Meu coração.
(PS: sei que preciso lhe dizer: te amo;
Mas não sei dizer-lhe o tanto. )
...
Coisas de Amor
(RiCarvalho)
Quando, deste amor eu lhe falar,
O qual eu sinto tanto, tanto...
(que dá medo)
O amor machuca como espinhos de rosas...
(então me fecho)
Sinto já não saber o que pensar, de tudo ou do pouco.
Sinto que quando sinto, tanto sinto que mal eu sinto...
(às vezes embrulha-me o estomago)
Quero que ao falar de tal ardor,
Lembremos dos bons momentos
(só neles que nos vejo)
Esqueça as magoas,
A despeito do repensar.
E sem pesar, eu lhe prometo:
Amar a dor que tanto sinto por te amar.
que só o Tempo saberá.
(e espero que saiba)
...
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Um assunto leva a outro
(Ricarvalho)
Era dia, umas 7h da manhã do primeiro sábado de dezembro. Um homem chega de uma noite de farra com os amigos, chateado. Aquela noite deveria fechar uma semana ruim - mas não aconteceu, como estava visível em sua face horrorizada. Artur Azevedo era seu nome, mesmo não sendo conhecido como tal por anos. Ele nunca gostou do nome, pensava que seus pais poderiam ter usado menos a imaginação e lhe dado um nome comum e tranqüilo – como Carlos, João, Marcos ou Pedro. Nomes dos quais poderia usufruir de um apelido carinhoso como Pedrinho, Joãozinho e etc. Assim como alguns amigos dele com tais nomes e apelidos que, apesar do exterior masculino prenderam-se no "inho", descobriram-se numa alegria exacerbada e incubada que alguns, mais tarde, colocaram fora do armário. Ele se perguntou se haveria alguma relação... Mas não seria um diminutivo de nome a mudar a natureza destes - pois um Jofredo já virou Maria Furacão. Já aquele seu odiado nome lhe presenteou com um apelido de mau gosto: Atum Azedo, e ele não conseguia imaginar o motivo de tal apelido, além da semelhança fonética. Por tanto um nome diferente resolveria aquele ultraje.
Atum Azedo ou Artur Azevedo como foi batizado teve uma vida incapaz até aquele momento; inundada de mentiras que ele constantemente contava, principalmente, a si mesmo. Julgava-se especial, apesar de nunca ter contribuído com a sociedade – passada ou futura. Possuía uma inteligencia mediana, que no meio de outros menos capazes, permitiu-lhe se proclamar detentor do conhecimento, e claro, sempre evitando intelectos superiores como companhia, quando possível - possivelmente, assim não haveria quaisquer contradição. E lá estava ele, tão cedo, no meio do parque da cutia - o de maior área verde da cidade. Sentiu a umidade preencher suas roupas, imagino ter sido a última coisa que chegou a sentir. Seu corpo estava entre duas árvores que, não fosse à gravidade da situação, seriam o espetáculo daquela cena – tal suas belezas. Artur Azevedo, conhecido como um dos chatos da vizinhança do Liberdade, fama essa que lhe rendeu o apelido de Atum azedo, estava estripado; seu abdômen aberto já a algum tempo. Apenas a carcaça estirada ao chão. Frio como uma prostituta. Morto como uma presunto. Pode parecer que estou sendo preconceituoso com a puta em questão. Mas acredito que quem se vende por pouco se desonra. E o homem quando não tem honra - 'se mata; se morre'. Parece que estou sendo um tanto intolerante com as pobres, mas vou dá um exemplo: certo candidato meu a deputado ganhou a disputa eleitoral; notou-se em seguida que a única diferença dele para os outros candidatos é que eu acreditei em suas promessas. Bem, este deputado, tinha uma retórica de mudanças em seu discurso nervoso e idealista até ser eleito; ao menos até sentar na cadeira chamada dinheiro, experimentar uma dose de poder, para então viciar-se logo na primeira dose. Desde então ele faz horrores consigo mesmo, sua honra, por apenas uma dose de poder. Penso nisso e fico enojado e, caso eu conseguisse filmar tais atos de desonra, faria a alegria das pessoas viciadas em assistir perversidades postadas no youtube - empresa da corporação Google, que uso para fazer algumas pesquisas. Sempre que preciso saber qualquer coisa teórica, esqueço da biblioteca, uso logo o google ou a wikipedia. Pena que hoje estou sem internet.
Gostaria de fazer uma pesquisa na internet - para saber do que se trata tudo isso. É mais simples encontrar uma pessoa pela internet do que através de registros públicos, há maior agilidade. Mas mesmo eu querendo não posso. Estou sem internet – e isto é fato. Meu provedor me falta com a palavra no que dita o contrato de banda larga via rádio que nos liga. E, nem posso trocar de provedor, pois, apesar de haver outros, ninguém consegue manter-se dentro dos padrões necessários para uma navegação divertida ou, no mínimo, tranqüila – culpa-se a telefônica e não o fato de terem vendido mais banda do que possuíam. A procura se sobrepõe a demanda.
Sabe,
Eu estava com Artur na festa de ontem, saímos juntos de lá, há uma meia hora para trás. E, depois de uma péssima noite de paquera: somos protagonistas em uma cena trágica, onde um homem acaba estripado vivo. E seu amigo, o principal suspeito, está quase sobre o corpo desfalecido, sentado em uma pedra e com as mãos cheias de sangue da vitima. Naquela mesma e bela manhã de sábado. Olhando para o sol que estava a raiar e pressionando as pálpebras com força; como se aquele movimento fosse, de algum modo, melhorar a memória. Mas que em nada servia. Era envolto de flashes sem sentido que me tomavam a cabeça. Devo ter ouvido alguém gritar a alguns metros, não faz muito tempo. Agora vendo um enorme número de pessoas fardadas se aproximando, me dá a certeza que o tal grito alertou a policia da imagem tenebrosa que eu deveria está fazendo parte. Eles gritam algumas coisas e me agarram. Fechei os olhos e quando abri estava em uma viatura. Basicamente estava na mesma posição que quando no parque - sentado. Mudando apenas meu horizonte que, naquele instante, poderia ser descrito como: assoalho, vidro, estofado, algemas e mais gritos:
- Você é um assassino! Confesse, será melhor para você...
Conseguia ouvir as palavras que mais eram repetidas – elas não faziam sentido. Como seria melhor para mim, se eu confessasse algo que nem lembro ter feito?
Voltando ao assunto...
Parece que eu havia presenciado um crime em que: Artur representava a vitima enquanto eu representava o atacante. Mesmo numa história como esta, o roteiro não está fazendo sentido. Mesmo sendo Artur a vitima. Então, mais um apagão na memória me toma. Nesta nova cena estava em uma cela. Via mais duas pessoas dividindo o espaço comigo. Seus rostos estavam nebulosos; na verdade, quase tudo que o mundo me dizia ser verdade parecia ficção. E, falando em ficção, me lembro de ter assistido a um ótimo filme chamado “Clube da Luta” mês passado: neste filme, as pessoas se atacam sem motivo aparente ou com o simples motivo de espancarem-se para esquecer do estresse no final do dia. De novo ao assunto: atinjo um punho com meu rosto – o dono do punho era um dos meus colegas de cela. O soco incrivelmente não me fez sentir nenhuma dor, apenas um grande temor, e, no temor de ser ferido novamente eu ataco aquele prisioneiro com um golpe baixo, seguido com uma mordida na garganta – encerrando o rápido ataque, mortalmente. O outro preso ficou em um canto gritando. Não sei se foi o tom ou o desrespeito com meus ouvidos. Lembro que saltei em cima do segundo prisioneiro e comecei a bater. Nem preciso dizer o que ficou parecendo quando os carcereiros chegaram e, viram aquela cena... Aquilo não serviu em nada ao meu beneficio, no mínimo.
Certa vez, na época da privatização das companhias telefônicas, recebi um beneficio de alguns milhares de reais – este se devia da cotas de ações que eu comprei sem ter ciência disto, uma pequena cota que compreendia a uma parcela da empresa telefônica que se adquiria ao comprar uma linha fixa. Caso não estivesse ignorante da valorização de tais ações não teria vendido pelo mínimo. Mas da forma como me venderam aquele beneficio não tive como recusar. Caso não vendesse naquela hora não conseguiria levantar o mesmo dinheiro novamente – e crente nisto vendi. Ah, voltando ao sonho: O que posso dizer, só consigo me lembrar de um “triiiinnnlinlinlin” do despertador, junto com o que foi dito até agora. Salvo alguns flashes que se misturam com a lembrança da pizza de calabresa que comi com os amigos ontem. Dizem que dá pesadelos dormi com a barriga cheia – pode ser.
- Só não conte ao Artur que sonhei com ele, Fernanda!
- Nem precisa dizer nada. Pago para passar o dia sem encontrar aquele lá.
Fernanda era um amor, não tinha nada que pudesse dizer contra sua pessoa mesmo com todo o tempo que a conheço. Quase uns seis meses. Não sou de confiar logo nas pessoas, elas precisam me cativar primeiro. É uma pena eu ser cativado facilmente. Ainda mais por um belo par de olhos azuis somados a traços perfeitos. Minha perdição. Fernanda era amiga de um amigo meu que, após muita insistência, consegui fazê-lo nos apresentar, e – por ironia do destino – tornar-me amigo dela. Minha esperança era, finalmente, conhecer o significado da palavra “amigos com benefícios” ou “amizade colorida”. Neste assunto, sobre a amizade dela, eu aproveito para reescrever uma poesia que fiz:
Quando o vermelho do sangue,
que é igual ao de toda pessoa
possui a mesma importância a todos
independentemente...
e o amor sendo sempre verdadeiro
e a preocupação desinteressada
um santo espírito irá nos arrebatar
e com sua verdade nos consumirá
para, quiçá, sermos livres
democrática e socialmente livres...
Fiz este poema tentando impressionar Fernanda, que é uma garota de fé; pseudo-intelectual e engajada politicamente. Assim como também sou – ao menos gosto de me pensar assim. Daí o poema. Mas até hoje não sei se impressionou, não posso culpá-la se não gostou. Eu mesmo não me impressionei.
Impressionado eu fiquei quando viajei para o sul do país e vi várias belas gurias, delicadas - ao menos no primeiro momento. À primeira vista pode nos enganar, nunca somos aquilo que mostramos primeiro. Fernanda mesmo me parecia menos temperamental que hoje. Em um esforço muitas vezes inconsciente, nos vemos deixando transparecer mais paciência e presteza com o próximo que com os que convivem conosco há mais tempo – ou seja, não ficamos em nosso normal. Creio que poderia tratar com mais carinho aqueles que realmente amo. Eu também poderia ser mais bem tratado, a reciprocidade seria uma combinação perfeita para evitar futuras rusgas. Quase tive uma rusga com meu irmão na viagem até Santa Catarina, motivados por uma pequena desavença quase encerrávamos nosso passeio ali, naquele momento. Eu odiaria não ter conhecido Fernanda dois dias depois. E hoje, não estaríamos dividindo a cama e os mais tolos sonhos deste distraído narrador.
Era dia, umas 7h da manhã do primeiro sábado de dezembro. Um homem chega de uma noite de farra com os amigos, chateado. Aquela noite deveria fechar uma semana ruim - mas não aconteceu, como estava visível em sua face horrorizada. Artur Azevedo era seu nome, mesmo não sendo conhecido como tal por anos. Ele nunca gostou do nome, pensava que seus pais poderiam ter usado menos a imaginação e lhe dado um nome comum e tranqüilo – como Carlos, João, Marcos ou Pedro. Nomes dos quais poderia usufruir de um apelido carinhoso como Pedrinho, Joãozinho e etc. Assim como alguns amigos dele com tais nomes e apelidos que, apesar do exterior masculino prenderam-se no "inho", descobriram-se numa alegria exacerbada e incubada que alguns, mais tarde, colocaram fora do armário. Ele se perguntou se haveria alguma relação... Mas não seria um diminutivo de nome a mudar a natureza destes - pois um Jofredo já virou Maria Furacão. Já aquele seu odiado nome lhe presenteou com um apelido de mau gosto: Atum Azedo, e ele não conseguia imaginar o motivo de tal apelido, além da semelhança fonética. Por tanto um nome diferente resolveria aquele ultraje.
Atum Azedo ou Artur Azevedo como foi batizado teve uma vida incapaz até aquele momento; inundada de mentiras que ele constantemente contava, principalmente, a si mesmo. Julgava-se especial, apesar de nunca ter contribuído com a sociedade – passada ou futura. Possuía uma inteligencia mediana, que no meio de outros menos capazes, permitiu-lhe se proclamar detentor do conhecimento, e claro, sempre evitando intelectos superiores como companhia, quando possível - possivelmente, assim não haveria quaisquer contradição. E lá estava ele, tão cedo, no meio do parque da cutia - o de maior área verde da cidade. Sentiu a umidade preencher suas roupas, imagino ter sido a última coisa que chegou a sentir. Seu corpo estava entre duas árvores que, não fosse à gravidade da situação, seriam o espetáculo daquela cena – tal suas belezas. Artur Azevedo, conhecido como um dos chatos da vizinhança do Liberdade, fama essa que lhe rendeu o apelido de Atum azedo, estava estripado; seu abdômen aberto já a algum tempo. Apenas a carcaça estirada ao chão. Frio como uma prostituta. Morto como uma presunto. Pode parecer que estou sendo preconceituoso com a puta em questão. Mas acredito que quem se vende por pouco se desonra. E o homem quando não tem honra - 'se mata; se morre'. Parece que estou sendo um tanto intolerante com as pobres, mas vou dá um exemplo: certo candidato meu a deputado ganhou a disputa eleitoral; notou-se em seguida que a única diferença dele para os outros candidatos é que eu acreditei em suas promessas. Bem, este deputado, tinha uma retórica de mudanças em seu discurso nervoso e idealista até ser eleito; ao menos até sentar na cadeira chamada dinheiro, experimentar uma dose de poder, para então viciar-se logo na primeira dose. Desde então ele faz horrores consigo mesmo, sua honra, por apenas uma dose de poder. Penso nisso e fico enojado e, caso eu conseguisse filmar tais atos de desonra, faria a alegria das pessoas viciadas em assistir perversidades postadas no youtube - empresa da corporação Google, que uso para fazer algumas pesquisas. Sempre que preciso saber qualquer coisa teórica, esqueço da biblioteca, uso logo o google ou a wikipedia. Pena que hoje estou sem internet.
Gostaria de fazer uma pesquisa na internet - para saber do que se trata tudo isso. É mais simples encontrar uma pessoa pela internet do que através de registros públicos, há maior agilidade. Mas mesmo eu querendo não posso. Estou sem internet – e isto é fato. Meu provedor me falta com a palavra no que dita o contrato de banda larga via rádio que nos liga. E, nem posso trocar de provedor, pois, apesar de haver outros, ninguém consegue manter-se dentro dos padrões necessários para uma navegação divertida ou, no mínimo, tranqüila – culpa-se a telefônica e não o fato de terem vendido mais banda do que possuíam. A procura se sobrepõe a demanda.
Sabe,
Eu estava com Artur na festa de ontem, saímos juntos de lá, há uma meia hora para trás. E, depois de uma péssima noite de paquera: somos protagonistas em uma cena trágica, onde um homem acaba estripado vivo. E seu amigo, o principal suspeito, está quase sobre o corpo desfalecido, sentado em uma pedra e com as mãos cheias de sangue da vitima. Naquela mesma e bela manhã de sábado. Olhando para o sol que estava a raiar e pressionando as pálpebras com força; como se aquele movimento fosse, de algum modo, melhorar a memória. Mas que em nada servia. Era envolto de flashes sem sentido que me tomavam a cabeça. Devo ter ouvido alguém gritar a alguns metros, não faz muito tempo. Agora vendo um enorme número de pessoas fardadas se aproximando, me dá a certeza que o tal grito alertou a policia da imagem tenebrosa que eu deveria está fazendo parte. Eles gritam algumas coisas e me agarram. Fechei os olhos e quando abri estava em uma viatura. Basicamente estava na mesma posição que quando no parque - sentado. Mudando apenas meu horizonte que, naquele instante, poderia ser descrito como: assoalho, vidro, estofado, algemas e mais gritos:
- Você é um assassino! Confesse, será melhor para você...
Conseguia ouvir as palavras que mais eram repetidas – elas não faziam sentido. Como seria melhor para mim, se eu confessasse algo que nem lembro ter feito?
Voltando ao assunto...
Parece que eu havia presenciado um crime em que: Artur representava a vitima enquanto eu representava o atacante. Mesmo numa história como esta, o roteiro não está fazendo sentido. Mesmo sendo Artur a vitima. Então, mais um apagão na memória me toma. Nesta nova cena estava em uma cela. Via mais duas pessoas dividindo o espaço comigo. Seus rostos estavam nebulosos; na verdade, quase tudo que o mundo me dizia ser verdade parecia ficção. E, falando em ficção, me lembro de ter assistido a um ótimo filme chamado “Clube da Luta” mês passado: neste filme, as pessoas se atacam sem motivo aparente ou com o simples motivo de espancarem-se para esquecer do estresse no final do dia. De novo ao assunto: atinjo um punho com meu rosto – o dono do punho era um dos meus colegas de cela. O soco incrivelmente não me fez sentir nenhuma dor, apenas um grande temor, e, no temor de ser ferido novamente eu ataco aquele prisioneiro com um golpe baixo, seguido com uma mordida na garganta – encerrando o rápido ataque, mortalmente. O outro preso ficou em um canto gritando. Não sei se foi o tom ou o desrespeito com meus ouvidos. Lembro que saltei em cima do segundo prisioneiro e comecei a bater. Nem preciso dizer o que ficou parecendo quando os carcereiros chegaram e, viram aquela cena... Aquilo não serviu em nada ao meu beneficio, no mínimo.
Certa vez, na época da privatização das companhias telefônicas, recebi um beneficio de alguns milhares de reais – este se devia da cotas de ações que eu comprei sem ter ciência disto, uma pequena cota que compreendia a uma parcela da empresa telefônica que se adquiria ao comprar uma linha fixa. Caso não estivesse ignorante da valorização de tais ações não teria vendido pelo mínimo. Mas da forma como me venderam aquele beneficio não tive como recusar. Caso não vendesse naquela hora não conseguiria levantar o mesmo dinheiro novamente – e crente nisto vendi. Ah, voltando ao sonho: O que posso dizer, só consigo me lembrar de um “triiiinnnlinlinlin” do despertador, junto com o que foi dito até agora. Salvo alguns flashes que se misturam com a lembrança da pizza de calabresa que comi com os amigos ontem. Dizem que dá pesadelos dormi com a barriga cheia – pode ser.
- Só não conte ao Artur que sonhei com ele, Fernanda!
- Nem precisa dizer nada. Pago para passar o dia sem encontrar aquele lá.
Fernanda era um amor, não tinha nada que pudesse dizer contra sua pessoa mesmo com todo o tempo que a conheço. Quase uns seis meses. Não sou de confiar logo nas pessoas, elas precisam me cativar primeiro. É uma pena eu ser cativado facilmente. Ainda mais por um belo par de olhos azuis somados a traços perfeitos. Minha perdição. Fernanda era amiga de um amigo meu que, após muita insistência, consegui fazê-lo nos apresentar, e – por ironia do destino – tornar-me amigo dela. Minha esperança era, finalmente, conhecer o significado da palavra “amigos com benefícios” ou “amizade colorida”. Neste assunto, sobre a amizade dela, eu aproveito para reescrever uma poesia que fiz:
Quando o vermelho do sangue,
que é igual ao de toda pessoa
possui a mesma importância a todos
independentemente...
e o amor sendo sempre verdadeiro
e a preocupação desinteressada
um santo espírito irá nos arrebatar
e com sua verdade nos consumirá
para, quiçá, sermos livres
democrática e socialmente livres...
Fiz este poema tentando impressionar Fernanda, que é uma garota de fé; pseudo-intelectual e engajada politicamente. Assim como também sou – ao menos gosto de me pensar assim. Daí o poema. Mas até hoje não sei se impressionou, não posso culpá-la se não gostou. Eu mesmo não me impressionei.
Impressionado eu fiquei quando viajei para o sul do país e vi várias belas gurias, delicadas - ao menos no primeiro momento. À primeira vista pode nos enganar, nunca somos aquilo que mostramos primeiro. Fernanda mesmo me parecia menos temperamental que hoje. Em um esforço muitas vezes inconsciente, nos vemos deixando transparecer mais paciência e presteza com o próximo que com os que convivem conosco há mais tempo – ou seja, não ficamos em nosso normal. Creio que poderia tratar com mais carinho aqueles que realmente amo. Eu também poderia ser mais bem tratado, a reciprocidade seria uma combinação perfeita para evitar futuras rusgas. Quase tive uma rusga com meu irmão na viagem até Santa Catarina, motivados por uma pequena desavença quase encerrávamos nosso passeio ali, naquele momento. Eu odiaria não ter conhecido Fernanda dois dias depois. E hoje, não estaríamos dividindo a cama e os mais tolos sonhos deste distraído narrador.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Contato Imediato de 3º grau com o Desconhecido
(Ricarvalho)
No filme Contato, um personagem alienígena em conversa com a protagonista da trama ficcional solta a interessante frase: "Vocês são uma espécie interessante, uma mistura interessante. Vocês são capazes de terem sonhos tão lindos e também horríveis pesadelos. Vocês se sentem tão perdidos, tão solitários, mas não estão". Será que sim, ou que não?
Assistindo ao filme, me deparei com essa grande questão da humanidade, que nesta produção de 1997 relembrou-me, mas não respondeu; nem anteriormente no filme de Steven Spielberg: Contatos Imediatos de 3º – 1977, ótimo filme de 32 anos atrás. Então, hoje, já no finalzinho de 2009, me pego pensando e pesquisando sobre o mesmo assunto sem grandes certezas; sem alguma resposta concisa. Filosofando sobre essa questão: Existe vida além desta?
Estamos na era da informação, e a temos piscando com seus vários megapíxel a poucos centímetros de nossos olhos; em um monitor superfino com 32mb de cores. Algumas vezes a informação chega como um vídeo-manual – tornando clara a facilidade da obtenção deste valioso recurso. Por fim, fiquei realmente frustrado já que, mesmo com todos estes aparatos tecnológicos, descobri que ainda hoje cientistas gastam milhões para tirar fotos do espaço na esperançosa persistência paciente de que toda essa tecnologia milionária lhes oportuna afirmar: “Quem sabe um dia, um O.V.N.I passa distraído por nossas super-lentes e, neste dia, tenhamos uma imagem digital 100% confiável de um objeto voador não identificado – batizado com nossos nomes. E pedantes, possamos jogar na cara de todos que duvidaram de nossa gloriosa opinião formada sobre tudo. Amém!”.
Bem, não penso boas coisas dos pedantes que, assim como eu, olha-nos por sob suas palavras de dicionários e pose intelectual, com alguma prova cientifica em mãos de sua afirmativa. Afirmando que a verdade dos antigos não vale como verdade hoje por que “o mundo mudou”. Mesmo estudos recentes nos mostrando que usamos nosso cérebro da mesma forma que nossos ancestrais de milhares de anos passados – acelerando apenas o acesso. Se, após tanto tempo, não mudou um neurônio do lugar, o que explica esse hábito apressado que o mundo do século XXI tem em trocar sua tecnologia – sempre para uma superior, claro!? Alguns indícios nos apontam à velocidade com que trocamos informação como culpados: as novas tecnologias sociais (Twitter; Orkut; facebook e etc.); esta nova moda de “libertação/troca de conhecimento” em que vivemos. No mundo da informação destes dias os adjetivos segregadores carecem de porquês. Pois a única moeda válida é o saber, e este não confere valor às raças ou à religião. Descobri que, buscando entender perguntas infinitas, aprendo um pouco mais sobre o infinito – principalmente que as perguntas nunca cessarão; então, fico na torcida com os cientistas que, tenhamos algum o.v.n.i. distraído por ai. Mas em meu intimo, lhes confesso, espero que a magia dos mistérios permaneça a inebriar nossa imaginação. Pois como afirmou Einstein: “A imaginação é mais importante que o conhecimento”. E quem sou eu para contradizê-lo?
- Olha o ET!!
Só Deus sabe o que ainda veremos no futuro. Espero informação de primeira mão.
nesta foto da galáxia mais próxima da via lactea, tem um brilho suspeito no lado direito, na parte inferior à 100 pontinhos luminosos da esqueda para a direita, que me parece um O.V.N.I. - o que vocês acham? ;)
No filme Contato, um personagem alienígena em conversa com a protagonista da trama ficcional solta a interessante frase: "Vocês são uma espécie interessante, uma mistura interessante. Vocês são capazes de terem sonhos tão lindos e também horríveis pesadelos. Vocês se sentem tão perdidos, tão solitários, mas não estão". Será que sim, ou que não?
Assistindo ao filme, me deparei com essa grande questão da humanidade, que nesta produção de 1997 relembrou-me, mas não respondeu; nem anteriormente no filme de Steven Spielberg: Contatos Imediatos de 3º – 1977, ótimo filme de 32 anos atrás. Então, hoje, já no finalzinho de 2009, me pego pensando e pesquisando sobre o mesmo assunto sem grandes certezas; sem alguma resposta concisa. Filosofando sobre essa questão: Existe vida além desta?
Estamos na era da informação, e a temos piscando com seus vários megapíxel a poucos centímetros de nossos olhos; em um monitor superfino com 32mb de cores. Algumas vezes a informação chega como um vídeo-manual – tornando clara a facilidade da obtenção deste valioso recurso. Por fim, fiquei realmente frustrado já que, mesmo com todos estes aparatos tecnológicos, descobri que ainda hoje cientistas gastam milhões para tirar fotos do espaço na esperançosa persistência paciente de que toda essa tecnologia milionária lhes oportuna afirmar: “Quem sabe um dia, um O.V.N.I passa distraído por nossas super-lentes e, neste dia, tenhamos uma imagem digital 100% confiável de um objeto voador não identificado – batizado com nossos nomes. E pedantes, possamos jogar na cara de todos que duvidaram de nossa gloriosa opinião formada sobre tudo. Amém!”.
Bem, não penso boas coisas dos pedantes que, assim como eu, olha-nos por sob suas palavras de dicionários e pose intelectual, com alguma prova cientifica em mãos de sua afirmativa. Afirmando que a verdade dos antigos não vale como verdade hoje por que “o mundo mudou”. Mesmo estudos recentes nos mostrando que usamos nosso cérebro da mesma forma que nossos ancestrais de milhares de anos passados – acelerando apenas o acesso. Se, após tanto tempo, não mudou um neurônio do lugar, o que explica esse hábito apressado que o mundo do século XXI tem em trocar sua tecnologia – sempre para uma superior, claro!? Alguns indícios nos apontam à velocidade com que trocamos informação como culpados: as novas tecnologias sociais (Twitter; Orkut; facebook e etc.); esta nova moda de “libertação/troca de conhecimento” em que vivemos. No mundo da informação destes dias os adjetivos segregadores carecem de porquês. Pois a única moeda válida é o saber, e este não confere valor às raças ou à religião. Descobri que, buscando entender perguntas infinitas, aprendo um pouco mais sobre o infinito – principalmente que as perguntas nunca cessarão; então, fico na torcida com os cientistas que, tenhamos algum o.v.n.i. distraído por ai. Mas em meu intimo, lhes confesso, espero que a magia dos mistérios permaneça a inebriar nossa imaginação. Pois como afirmou Einstein: “A imaginação é mais importante que o conhecimento”. E quem sou eu para contradizê-lo?
- Olha o ET!!
Só Deus sabe o que ainda veremos no futuro. Espero informação de primeira mão.
nesta foto da galáxia mais próxima da via lactea, tem um brilho suspeito no lado direito, na parte inferior à 100 pontinhos luminosos da esqueda para a direita, que me parece um O.V.N.I. - o que vocês acham? ;)
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
O segredo do Amor
(Ricarvalho)
Começarei pelo inicio – o encontro.
Tudo acontece do advento conhecido como “o encontro”. Em certo momento de nossas vidas nos deparamos com outras pessoas: seja ao nascer em determinada família que, geralmente, é quando nos encontramos com os primeiros seres humanos e seus olhos avermelhados, orgulhos e felizes – o primeiro encontro geralmente é divino. Estas pessoas, as primeiras que encontramos em vida, tendem a se multiplicar com o passar dos anos, e logo os conheceremos como pais, irmãos, tios, primos e avós. Depois desses primeiros encontros que nos cativam com o toque e o olhar. Olhares que nos convidam a conhecer e sonhar; a acariciar, brigar e fazer as pazes – os primeiros encontros, os mais simples de se amar.
Com o tempo encontramos centenas de outras pessoas. A maioria sem muitas expectativas, sem o olhar acolhedor. Muitas vezes nos deparamos com um olhar desconfiado pelo caminho. Mas em alguns encontros raros, de pequenas afinidades, camaradagem e fidelidade; cativamos e somos cativados por algo intangível, mas milagroso – a amizade. Um amigo, diferente de um familiar, é alguém que escolhemos para amar. Não é fácil de reconhecê-lo diante de tantos. Não é fácil amá-los diante de tantos amores fugazes que passam pelo longo da vida. Muitas vezes somos cegados pela nossa própria vaidade; por criar padrões irreais. Esquecemos da peneira do olhar. Aquele primeiro que nos cativara no inicio de nossas vidas. Mas quando, após o ofuscamento do caos do mundo cessa; quando a limpidez de nossas vistas livra-se da confusão dos passageiros encontros; quando, finalmente, conseguimos vê o brilho do amor – fraterno e real – nas íris de amigos cativos, e estes nos nossos, poderemos afirmar que aquele encontro valeu a pena. Que o destino nos foi afável. E, através destes segundos encontros, aprendemos a amar o mundo.
Agora, dito tudo isto, descrevo a visão que tenho deste segredo divino.
O segredo do amor me parece tão simples quanto nossas necessidades primitivas e instintivas. Nascemos carentes do encontro com o sentimento mais puro que apenas perpetua-se no amar. Vivemos em sociedade, cercados por pessoas com desejo semelhante. Desejando encontrar alguém ou ser encontrado. O segredo para alcançarmos esse calor que nos aquece nos dias mais frios e nas adversidades de nossas vidas não é fácil, mas é simples. O segredo do amor, de amar e ser amado, é rasgar a casca dura que cobre o peito. Uma casca moldada com orgulho, vaidades e pré-conceitos. Precisamos abrir o peito e deixar a brisa suave do amor soprar em nossos corações sem aprisioná-la. Tal brisa precisa ser livre para ir e vir. O amor precisa ser uma via de mão dupla para ser verdadeiro. E ao amar, de tal maneira, ficamos mais próximo do divino.
Começarei pelo inicio – o encontro.
Tudo acontece do advento conhecido como “o encontro”. Em certo momento de nossas vidas nos deparamos com outras pessoas: seja ao nascer em determinada família que, geralmente, é quando nos encontramos com os primeiros seres humanos e seus olhos avermelhados, orgulhos e felizes – o primeiro encontro geralmente é divino. Estas pessoas, as primeiras que encontramos em vida, tendem a se multiplicar com o passar dos anos, e logo os conheceremos como pais, irmãos, tios, primos e avós. Depois desses primeiros encontros que nos cativam com o toque e o olhar. Olhares que nos convidam a conhecer e sonhar; a acariciar, brigar e fazer as pazes – os primeiros encontros, os mais simples de se amar.
Com o tempo encontramos centenas de outras pessoas. A maioria sem muitas expectativas, sem o olhar acolhedor. Muitas vezes nos deparamos com um olhar desconfiado pelo caminho. Mas em alguns encontros raros, de pequenas afinidades, camaradagem e fidelidade; cativamos e somos cativados por algo intangível, mas milagroso – a amizade. Um amigo, diferente de um familiar, é alguém que escolhemos para amar. Não é fácil de reconhecê-lo diante de tantos. Não é fácil amá-los diante de tantos amores fugazes que passam pelo longo da vida. Muitas vezes somos cegados pela nossa própria vaidade; por criar padrões irreais. Esquecemos da peneira do olhar. Aquele primeiro que nos cativara no inicio de nossas vidas. Mas quando, após o ofuscamento do caos do mundo cessa; quando a limpidez de nossas vistas livra-se da confusão dos passageiros encontros; quando, finalmente, conseguimos vê o brilho do amor – fraterno e real – nas íris de amigos cativos, e estes nos nossos, poderemos afirmar que aquele encontro valeu a pena. Que o destino nos foi afável. E, através destes segundos encontros, aprendemos a amar o mundo.
Agora, dito tudo isto, descrevo a visão que tenho deste segredo divino.
O segredo do amor me parece tão simples quanto nossas necessidades primitivas e instintivas. Nascemos carentes do encontro com o sentimento mais puro que apenas perpetua-se no amar. Vivemos em sociedade, cercados por pessoas com desejo semelhante. Desejando encontrar alguém ou ser encontrado. O segredo para alcançarmos esse calor que nos aquece nos dias mais frios e nas adversidades de nossas vidas não é fácil, mas é simples. O segredo do amor, de amar e ser amado, é rasgar a casca dura que cobre o peito. Uma casca moldada com orgulho, vaidades e pré-conceitos. Precisamos abrir o peito e deixar a brisa suave do amor soprar em nossos corações sem aprisioná-la. Tal brisa precisa ser livre para ir e vir. O amor precisa ser uma via de mão dupla para ser verdadeiro. E ao amar, de tal maneira, ficamos mais próximo do divino.
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