E eu digo, e ainda caio...

"Se você por acaso cair, não culpe a pedra ou o degrau. Culpe sua visão e atitude falha diante das lombadas no caminho...."RiCarvalho

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O segredo do Amor

(Ricarvalho)

Começarei pelo inicio – o encontro.
Tudo acontece do advento conhecido como “o encontro”. Em certo momento de nossas vidas nos deparamos com outras pessoas: seja ao nascer em determinada família que, geralmente, é quando nos encontramos com os primeiros seres humanos e seus olhos avermelhados, orgulhos e felizes – o primeiro encontro geralmente é divino. Estas pessoas, as primeiras que encontramos em vida, tendem a se multiplicar com o passar dos anos, e logo os conheceremos como pais, irmãos, tios, primos e avós. Depois desses primeiros encontros que nos cativam com o toque e o olhar. Olhares que nos convidam a conhecer e sonhar; a acariciar, brigar e fazer as pazes – os primeiros encontros, os mais simples de se amar.

Com o tempo encontramos centenas de outras pessoas. A maioria sem muitas expectativas, sem o olhar acolhedor. Muitas vezes nos deparamos com um olhar desconfiado pelo caminho. Mas em alguns encontros raros, de pequenas afinidades, camaradagem e fidelidade; cativamos e somos cativados por algo intangível, mas milagroso – a amizade. Um amigo, diferente de um familiar, é alguém que escolhemos para amar. Não é fácil de reconhecê-lo diante de tantos. Não é fácil amá-los diante de tantos amores fugazes que passam pelo longo da vida. Muitas vezes somos cegados pela nossa própria vaidade; por criar padrões irreais. Esquecemos da peneira do olhar. Aquele primeiro que nos cativara no inicio de nossas vidas. Mas quando, após o ofuscamento do caos do mundo cessa; quando a limpidez de nossas vistas livra-se da confusão dos passageiros encontros; quando, finalmente, conseguimos vê o brilho do amor – fraterno e real – nas íris de amigos cativos, e estes nos nossos, poderemos afirmar que aquele encontro valeu a pena. Que o destino nos foi afável. E, através destes segundos encontros, aprendemos a amar o mundo.

Agora, dito tudo isto, descrevo a visão que tenho deste segredo divino.
O segredo do amor me parece tão simples quanto nossas necessidades primitivas e instintivas. Nascemos carentes do encontro com o sentimento mais puro que apenas perpetua-se no amar. Vivemos em sociedade, cercados por pessoas com desejo semelhante. Desejando encontrar alguém ou ser encontrado. O segredo para alcançarmos esse calor que nos aquece nos dias mais frios e nas adversidades de nossas vidas não é fácil, mas é simples. O segredo do amor, de amar e ser amado, é rasgar a casca dura que cobre o peito. Uma casca moldada com orgulho, vaidades e pré-conceitos. Precisamos abrir o peito e deixar a brisa suave do amor soprar em nossos corações sem aprisioná-la. Tal brisa precisa ser livre para ir e vir. O amor precisa ser uma via de mão dupla para ser verdadeiro. E ao amar, de tal maneira, ficamos mais próximo do divino.

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