(RiCarvalho)
Não aceito os parabéns pelo fim de um ciclo incompleto
Não aceito as felicitações - mesmo as sinceras
Não quero ser sabido apenas por uma data
Não quero, e não quero!
Em meu desejo egoísta aceito (até) certas coisas:
Passagens para uma nova vista;
Gracejos de algumas divas;
(nada mais - talvez)
Não se trata de mágoa pelo tempo,
Ele sempre passa – somos passageiros...
Desta locomotiva urgente.
A mágoa não é pelo tempo que passa
É pela minha ineficácia em aproveitá-lo – a tempo.
(sem contratempos ignóbeis - imaturos)
Vejo-me como um eunuco nesta vida,
Sem os instrumentos necessários
Com um grande harém a minha volta.
A saúde já não é a mesma
O entusiasmo diminuiu
(só o desejo continua)
Desejo uma nova chance que nunca virá
Desejo uma máquina ficcional para voltar
Olho para trás, ouço um riso irônico, vejo pegadas
tortas...
(sinto-me um tolo)
Resigno-me do passado.
Volto-me para o presente e minha luta diária
Esforço minhas íris e a imaginação ao que me espera
(tento vislumbrar um futuro melhor, diferente)
Sobra-me a esperança vã de que com minha presente
luta,
As batalhas diárias, da possibilidade de, quiçá,
desviar do ciclo
Elevando-me a um novo horizonte.
(novo, novo e maduro)
Preciso constantemente das novidades deste mundo
Que urgentemente passa – quase sem graça.
(mas quero direito)
Quero o novo e dispenso as desgraças – quem me dera.
(Maturidade)
...
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