E eu digo, e ainda caio...

"Se você por acaso cair, não culpe a pedra ou o degrau. Culpe sua visão e atitude falha diante das lombadas no caminho...."RiCarvalho

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Ai de ti!


(RiCarvalho)

É inegável a dor de sentir-se só, apenas na companhia do amar - que ficou.
Saber que o fruto de sua dor se foi, que seu universo findou, e tudo continuou.
(mesmo tendo a certeza que o mundo acabaria – o sol voltou)

Vê uma multidão juntar-se ao seu redor, algumas consoladoras, outras curiosas
Ao que parece a infelicidade atrai mais atenção do que o amor...
Neste mundo, que parece sem sentido, sem jeito ou maneiras
Com seus espectadores atentos. Semi-Comovidos com seus flashes.

Ai de ti que vive só com suas mazelas, em um mundo curioso;
Que lhes assistem atentos; capítulo por capítulo de sua desgraça.
Sob holofotes resilientes, que miram as infelicidades mais tristes
Com caridades intermitentes, entre os intervalos de maldades naturais
(Enquanto esperam os comerciais)

Ai de ti que sofre por tudo e todos – principalmente pelas perdas.
Ai de ti que já nasce marcado, como gado pronto para o abate.
Ai de ti que é carne, que é osso – com suas feridas à mostra.
Ai de ti que amou e ainda ama – e chora.

Porque é inegável a dor da solidão
É inegável a dor de ser noticiado pelo sofrimento que deveras sente.
(Ai de ti que sangra)

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