Água mole...
(RicardoCarvalho)
Um rio é:
como a nossa vida,
calma e pura,
ou, turbulenta e imunda;
depende do caminho
- é verdade!
A fluidez de um rio,
que nunca pára,
que segue sua trilha,
calma em solo plano;
turbulenta em meio às pedras;
pedras em nossos caminhos.
Ou seremos nós a procurá-las?
Sei que elas estão lá,
aparecem quando menos esperamos;
mas quem escolhe o caminho?
Os caminhos que apontam às pedras?
E, não esqueçamos: são estáticas.
imóveis pela falta de ação.
Esperando uma reação nossa.
Sejamos como o tal rio,
que, em meio às pedras do caminho,
não se rende, corre, forçando passagem;
fica tortuosa, é verdade. Mas avança.
E quem quer uma vida enfadonha?
Também quero avançar. Ir além.
Quero companhia, amigos e marretas;
quebraremos essas pedras.
pedras no caminho,
pedras duras,
- bate! Que um dia...
fura.
...
Carta Anônima.
(RiCarvalho)
Não sei o que dizer a este amor – que tu me deste
De uma aventura insana; que sana e enlouquece meu coração
Não sei o que dizer a minha vida, que ruma em linha fina
(Equilibrando-se e desequilibrando-se...)
Enquanto caio – em desencanto -, grito seu nome...
Em minha mente sempre lhe clamo...
Mas não consigo dizer-lhe: do meu amor;
Dos prantos destas saudades...
Não sei o que dizer a essa dor,
Que esmaga, silenciosamente,
Meu coração.
(PS: sei que preciso lhe dizer: te amo;
Mas não sei dizer-lhe o tanto. )
...
Coisas de Amor
(RiCarvalho)
Quando, deste amor eu lhe falar,
O qual eu sinto tanto, tanto...
(que dá medo)
O amor machuca como espinhos de rosas...
(então me fecho)
Sinto já não saber o que pensar, de tudo ou do pouco.
Sinto que quando sinto, tanto sinto que mal eu sinto...
(às vezes embrulha-me o estomago)
Quero que ao falar de tal ardor,
Lembremos dos bons momentos
(só neles que nos vejo)
Esqueça as magoas,
A despeito do repensar.
E sem pesar, eu lhe prometo:
Amar a dor que tanto sinto por te amar.
que só o Tempo saberá.
(e espero que saiba)
...
E eu digo, e ainda caio...
"Se você por acaso cair, não culpe a pedra ou o degrau. Culpe sua visão e atitude falha diante das lombadas no caminho...."RiCarvalho
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sábado, 31 de outubro de 2009
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Um assunto leva a outro
(Ricarvalho)
Era dia, umas 7h da manhã do primeiro sábado de dezembro. Um homem chega de uma noite de farra com os amigos, chateado. Aquela noite deveria fechar uma semana ruim - mas não aconteceu, como estava visível em sua face horrorizada. Artur Azevedo era seu nome, mesmo não sendo conhecido como tal por anos. Ele nunca gostou do nome, pensava que seus pais poderiam ter usado menos a imaginação e lhe dado um nome comum e tranqüilo – como Carlos, João, Marcos ou Pedro. Nomes dos quais poderia usufruir de um apelido carinhoso como Pedrinho, Joãozinho e etc. Assim como alguns amigos dele com tais nomes e apelidos que, apesar do exterior masculino prenderam-se no "inho", descobriram-se numa alegria exacerbada e incubada que alguns, mais tarde, colocaram fora do armário. Ele se perguntou se haveria alguma relação... Mas não seria um diminutivo de nome a mudar a natureza destes - pois um Jofredo já virou Maria Furacão. Já aquele seu odiado nome lhe presenteou com um apelido de mau gosto: Atum Azedo, e ele não conseguia imaginar o motivo de tal apelido, além da semelhança fonética. Por tanto um nome diferente resolveria aquele ultraje.
Atum Azedo ou Artur Azevedo como foi batizado teve uma vida incapaz até aquele momento; inundada de mentiras que ele constantemente contava, principalmente, a si mesmo. Julgava-se especial, apesar de nunca ter contribuído com a sociedade – passada ou futura. Possuía uma inteligencia mediana, que no meio de outros menos capazes, permitiu-lhe se proclamar detentor do conhecimento, e claro, sempre evitando intelectos superiores como companhia, quando possível - possivelmente, assim não haveria quaisquer contradição. E lá estava ele, tão cedo, no meio do parque da cutia - o de maior área verde da cidade. Sentiu a umidade preencher suas roupas, imagino ter sido a última coisa que chegou a sentir. Seu corpo estava entre duas árvores que, não fosse à gravidade da situação, seriam o espetáculo daquela cena – tal suas belezas. Artur Azevedo, conhecido como um dos chatos da vizinhança do Liberdade, fama essa que lhe rendeu o apelido de Atum azedo, estava estripado; seu abdômen aberto já a algum tempo. Apenas a carcaça estirada ao chão. Frio como uma prostituta. Morto como uma presunto. Pode parecer que estou sendo preconceituoso com a puta em questão. Mas acredito que quem se vende por pouco se desonra. E o homem quando não tem honra - 'se mata; se morre'. Parece que estou sendo um tanto intolerante com as pobres, mas vou dá um exemplo: certo candidato meu a deputado ganhou a disputa eleitoral; notou-se em seguida que a única diferença dele para os outros candidatos é que eu acreditei em suas promessas. Bem, este deputado, tinha uma retórica de mudanças em seu discurso nervoso e idealista até ser eleito; ao menos até sentar na cadeira chamada dinheiro, experimentar uma dose de poder, para então viciar-se logo na primeira dose. Desde então ele faz horrores consigo mesmo, sua honra, por apenas uma dose de poder. Penso nisso e fico enojado e, caso eu conseguisse filmar tais atos de desonra, faria a alegria das pessoas viciadas em assistir perversidades postadas no youtube - empresa da corporação Google, que uso para fazer algumas pesquisas. Sempre que preciso saber qualquer coisa teórica, esqueço da biblioteca, uso logo o google ou a wikipedia. Pena que hoje estou sem internet.
Gostaria de fazer uma pesquisa na internet - para saber do que se trata tudo isso. É mais simples encontrar uma pessoa pela internet do que através de registros públicos, há maior agilidade. Mas mesmo eu querendo não posso. Estou sem internet – e isto é fato. Meu provedor me falta com a palavra no que dita o contrato de banda larga via rádio que nos liga. E, nem posso trocar de provedor, pois, apesar de haver outros, ninguém consegue manter-se dentro dos padrões necessários para uma navegação divertida ou, no mínimo, tranqüila – culpa-se a telefônica e não o fato de terem vendido mais banda do que possuíam. A procura se sobrepõe a demanda.
Sabe,
Eu estava com Artur na festa de ontem, saímos juntos de lá, há uma meia hora para trás. E, depois de uma péssima noite de paquera: somos protagonistas em uma cena trágica, onde um homem acaba estripado vivo. E seu amigo, o principal suspeito, está quase sobre o corpo desfalecido, sentado em uma pedra e com as mãos cheias de sangue da vitima. Naquela mesma e bela manhã de sábado. Olhando para o sol que estava a raiar e pressionando as pálpebras com força; como se aquele movimento fosse, de algum modo, melhorar a memória. Mas que em nada servia. Era envolto de flashes sem sentido que me tomavam a cabeça. Devo ter ouvido alguém gritar a alguns metros, não faz muito tempo. Agora vendo um enorme número de pessoas fardadas se aproximando, me dá a certeza que o tal grito alertou a policia da imagem tenebrosa que eu deveria está fazendo parte. Eles gritam algumas coisas e me agarram. Fechei os olhos e quando abri estava em uma viatura. Basicamente estava na mesma posição que quando no parque - sentado. Mudando apenas meu horizonte que, naquele instante, poderia ser descrito como: assoalho, vidro, estofado, algemas e mais gritos:
- Você é um assassino! Confesse, será melhor para você...
Conseguia ouvir as palavras que mais eram repetidas – elas não faziam sentido. Como seria melhor para mim, se eu confessasse algo que nem lembro ter feito?
Voltando ao assunto...
Parece que eu havia presenciado um crime em que: Artur representava a vitima enquanto eu representava o atacante. Mesmo numa história como esta, o roteiro não está fazendo sentido. Mesmo sendo Artur a vitima. Então, mais um apagão na memória me toma. Nesta nova cena estava em uma cela. Via mais duas pessoas dividindo o espaço comigo. Seus rostos estavam nebulosos; na verdade, quase tudo que o mundo me dizia ser verdade parecia ficção. E, falando em ficção, me lembro de ter assistido a um ótimo filme chamado “Clube da Luta” mês passado: neste filme, as pessoas se atacam sem motivo aparente ou com o simples motivo de espancarem-se para esquecer do estresse no final do dia. De novo ao assunto: atinjo um punho com meu rosto – o dono do punho era um dos meus colegas de cela. O soco incrivelmente não me fez sentir nenhuma dor, apenas um grande temor, e, no temor de ser ferido novamente eu ataco aquele prisioneiro com um golpe baixo, seguido com uma mordida na garganta – encerrando o rápido ataque, mortalmente. O outro preso ficou em um canto gritando. Não sei se foi o tom ou o desrespeito com meus ouvidos. Lembro que saltei em cima do segundo prisioneiro e comecei a bater. Nem preciso dizer o que ficou parecendo quando os carcereiros chegaram e, viram aquela cena... Aquilo não serviu em nada ao meu beneficio, no mínimo.
Certa vez, na época da privatização das companhias telefônicas, recebi um beneficio de alguns milhares de reais – este se devia da cotas de ações que eu comprei sem ter ciência disto, uma pequena cota que compreendia a uma parcela da empresa telefônica que se adquiria ao comprar uma linha fixa. Caso não estivesse ignorante da valorização de tais ações não teria vendido pelo mínimo. Mas da forma como me venderam aquele beneficio não tive como recusar. Caso não vendesse naquela hora não conseguiria levantar o mesmo dinheiro novamente – e crente nisto vendi. Ah, voltando ao sonho: O que posso dizer, só consigo me lembrar de um “triiiinnnlinlinlin” do despertador, junto com o que foi dito até agora. Salvo alguns flashes que se misturam com a lembrança da pizza de calabresa que comi com os amigos ontem. Dizem que dá pesadelos dormi com a barriga cheia – pode ser.
- Só não conte ao Artur que sonhei com ele, Fernanda!
- Nem precisa dizer nada. Pago para passar o dia sem encontrar aquele lá.
Fernanda era um amor, não tinha nada que pudesse dizer contra sua pessoa mesmo com todo o tempo que a conheço. Quase uns seis meses. Não sou de confiar logo nas pessoas, elas precisam me cativar primeiro. É uma pena eu ser cativado facilmente. Ainda mais por um belo par de olhos azuis somados a traços perfeitos. Minha perdição. Fernanda era amiga de um amigo meu que, após muita insistência, consegui fazê-lo nos apresentar, e – por ironia do destino – tornar-me amigo dela. Minha esperança era, finalmente, conhecer o significado da palavra “amigos com benefícios” ou “amizade colorida”. Neste assunto, sobre a amizade dela, eu aproveito para reescrever uma poesia que fiz:
Quando o vermelho do sangue,
que é igual ao de toda pessoa
possui a mesma importância a todos
independentemente...
e o amor sendo sempre verdadeiro
e a preocupação desinteressada
um santo espírito irá nos arrebatar
e com sua verdade nos consumirá
para, quiçá, sermos livres
democrática e socialmente livres...
Fiz este poema tentando impressionar Fernanda, que é uma garota de fé; pseudo-intelectual e engajada politicamente. Assim como também sou – ao menos gosto de me pensar assim. Daí o poema. Mas até hoje não sei se impressionou, não posso culpá-la se não gostou. Eu mesmo não me impressionei.
Impressionado eu fiquei quando viajei para o sul do país e vi várias belas gurias, delicadas - ao menos no primeiro momento. À primeira vista pode nos enganar, nunca somos aquilo que mostramos primeiro. Fernanda mesmo me parecia menos temperamental que hoje. Em um esforço muitas vezes inconsciente, nos vemos deixando transparecer mais paciência e presteza com o próximo que com os que convivem conosco há mais tempo – ou seja, não ficamos em nosso normal. Creio que poderia tratar com mais carinho aqueles que realmente amo. Eu também poderia ser mais bem tratado, a reciprocidade seria uma combinação perfeita para evitar futuras rusgas. Quase tive uma rusga com meu irmão na viagem até Santa Catarina, motivados por uma pequena desavença quase encerrávamos nosso passeio ali, naquele momento. Eu odiaria não ter conhecido Fernanda dois dias depois. E hoje, não estaríamos dividindo a cama e os mais tolos sonhos deste distraído narrador.
Era dia, umas 7h da manhã do primeiro sábado de dezembro. Um homem chega de uma noite de farra com os amigos, chateado. Aquela noite deveria fechar uma semana ruim - mas não aconteceu, como estava visível em sua face horrorizada. Artur Azevedo era seu nome, mesmo não sendo conhecido como tal por anos. Ele nunca gostou do nome, pensava que seus pais poderiam ter usado menos a imaginação e lhe dado um nome comum e tranqüilo – como Carlos, João, Marcos ou Pedro. Nomes dos quais poderia usufruir de um apelido carinhoso como Pedrinho, Joãozinho e etc. Assim como alguns amigos dele com tais nomes e apelidos que, apesar do exterior masculino prenderam-se no "inho", descobriram-se numa alegria exacerbada e incubada que alguns, mais tarde, colocaram fora do armário. Ele se perguntou se haveria alguma relação... Mas não seria um diminutivo de nome a mudar a natureza destes - pois um Jofredo já virou Maria Furacão. Já aquele seu odiado nome lhe presenteou com um apelido de mau gosto: Atum Azedo, e ele não conseguia imaginar o motivo de tal apelido, além da semelhança fonética. Por tanto um nome diferente resolveria aquele ultraje.
Atum Azedo ou Artur Azevedo como foi batizado teve uma vida incapaz até aquele momento; inundada de mentiras que ele constantemente contava, principalmente, a si mesmo. Julgava-se especial, apesar de nunca ter contribuído com a sociedade – passada ou futura. Possuía uma inteligencia mediana, que no meio de outros menos capazes, permitiu-lhe se proclamar detentor do conhecimento, e claro, sempre evitando intelectos superiores como companhia, quando possível - possivelmente, assim não haveria quaisquer contradição. E lá estava ele, tão cedo, no meio do parque da cutia - o de maior área verde da cidade. Sentiu a umidade preencher suas roupas, imagino ter sido a última coisa que chegou a sentir. Seu corpo estava entre duas árvores que, não fosse à gravidade da situação, seriam o espetáculo daquela cena – tal suas belezas. Artur Azevedo, conhecido como um dos chatos da vizinhança do Liberdade, fama essa que lhe rendeu o apelido de Atum azedo, estava estripado; seu abdômen aberto já a algum tempo. Apenas a carcaça estirada ao chão. Frio como uma prostituta. Morto como uma presunto. Pode parecer que estou sendo preconceituoso com a puta em questão. Mas acredito que quem se vende por pouco se desonra. E o homem quando não tem honra - 'se mata; se morre'. Parece que estou sendo um tanto intolerante com as pobres, mas vou dá um exemplo: certo candidato meu a deputado ganhou a disputa eleitoral; notou-se em seguida que a única diferença dele para os outros candidatos é que eu acreditei em suas promessas. Bem, este deputado, tinha uma retórica de mudanças em seu discurso nervoso e idealista até ser eleito; ao menos até sentar na cadeira chamada dinheiro, experimentar uma dose de poder, para então viciar-se logo na primeira dose. Desde então ele faz horrores consigo mesmo, sua honra, por apenas uma dose de poder. Penso nisso e fico enojado e, caso eu conseguisse filmar tais atos de desonra, faria a alegria das pessoas viciadas em assistir perversidades postadas no youtube - empresa da corporação Google, que uso para fazer algumas pesquisas. Sempre que preciso saber qualquer coisa teórica, esqueço da biblioteca, uso logo o google ou a wikipedia. Pena que hoje estou sem internet.
Gostaria de fazer uma pesquisa na internet - para saber do que se trata tudo isso. É mais simples encontrar uma pessoa pela internet do que através de registros públicos, há maior agilidade. Mas mesmo eu querendo não posso. Estou sem internet – e isto é fato. Meu provedor me falta com a palavra no que dita o contrato de banda larga via rádio que nos liga. E, nem posso trocar de provedor, pois, apesar de haver outros, ninguém consegue manter-se dentro dos padrões necessários para uma navegação divertida ou, no mínimo, tranqüila – culpa-se a telefônica e não o fato de terem vendido mais banda do que possuíam. A procura se sobrepõe a demanda.
Sabe,
Eu estava com Artur na festa de ontem, saímos juntos de lá, há uma meia hora para trás. E, depois de uma péssima noite de paquera: somos protagonistas em uma cena trágica, onde um homem acaba estripado vivo. E seu amigo, o principal suspeito, está quase sobre o corpo desfalecido, sentado em uma pedra e com as mãos cheias de sangue da vitima. Naquela mesma e bela manhã de sábado. Olhando para o sol que estava a raiar e pressionando as pálpebras com força; como se aquele movimento fosse, de algum modo, melhorar a memória. Mas que em nada servia. Era envolto de flashes sem sentido que me tomavam a cabeça. Devo ter ouvido alguém gritar a alguns metros, não faz muito tempo. Agora vendo um enorme número de pessoas fardadas se aproximando, me dá a certeza que o tal grito alertou a policia da imagem tenebrosa que eu deveria está fazendo parte. Eles gritam algumas coisas e me agarram. Fechei os olhos e quando abri estava em uma viatura. Basicamente estava na mesma posição que quando no parque - sentado. Mudando apenas meu horizonte que, naquele instante, poderia ser descrito como: assoalho, vidro, estofado, algemas e mais gritos:
- Você é um assassino! Confesse, será melhor para você...
Conseguia ouvir as palavras que mais eram repetidas – elas não faziam sentido. Como seria melhor para mim, se eu confessasse algo que nem lembro ter feito?
Voltando ao assunto...
Parece que eu havia presenciado um crime em que: Artur representava a vitima enquanto eu representava o atacante. Mesmo numa história como esta, o roteiro não está fazendo sentido. Mesmo sendo Artur a vitima. Então, mais um apagão na memória me toma. Nesta nova cena estava em uma cela. Via mais duas pessoas dividindo o espaço comigo. Seus rostos estavam nebulosos; na verdade, quase tudo que o mundo me dizia ser verdade parecia ficção. E, falando em ficção, me lembro de ter assistido a um ótimo filme chamado “Clube da Luta” mês passado: neste filme, as pessoas se atacam sem motivo aparente ou com o simples motivo de espancarem-se para esquecer do estresse no final do dia. De novo ao assunto: atinjo um punho com meu rosto – o dono do punho era um dos meus colegas de cela. O soco incrivelmente não me fez sentir nenhuma dor, apenas um grande temor, e, no temor de ser ferido novamente eu ataco aquele prisioneiro com um golpe baixo, seguido com uma mordida na garganta – encerrando o rápido ataque, mortalmente. O outro preso ficou em um canto gritando. Não sei se foi o tom ou o desrespeito com meus ouvidos. Lembro que saltei em cima do segundo prisioneiro e comecei a bater. Nem preciso dizer o que ficou parecendo quando os carcereiros chegaram e, viram aquela cena... Aquilo não serviu em nada ao meu beneficio, no mínimo.
Certa vez, na época da privatização das companhias telefônicas, recebi um beneficio de alguns milhares de reais – este se devia da cotas de ações que eu comprei sem ter ciência disto, uma pequena cota que compreendia a uma parcela da empresa telefônica que se adquiria ao comprar uma linha fixa. Caso não estivesse ignorante da valorização de tais ações não teria vendido pelo mínimo. Mas da forma como me venderam aquele beneficio não tive como recusar. Caso não vendesse naquela hora não conseguiria levantar o mesmo dinheiro novamente – e crente nisto vendi. Ah, voltando ao sonho: O que posso dizer, só consigo me lembrar de um “triiiinnnlinlinlin” do despertador, junto com o que foi dito até agora. Salvo alguns flashes que se misturam com a lembrança da pizza de calabresa que comi com os amigos ontem. Dizem que dá pesadelos dormi com a barriga cheia – pode ser.
- Só não conte ao Artur que sonhei com ele, Fernanda!
- Nem precisa dizer nada. Pago para passar o dia sem encontrar aquele lá.
Fernanda era um amor, não tinha nada que pudesse dizer contra sua pessoa mesmo com todo o tempo que a conheço. Quase uns seis meses. Não sou de confiar logo nas pessoas, elas precisam me cativar primeiro. É uma pena eu ser cativado facilmente. Ainda mais por um belo par de olhos azuis somados a traços perfeitos. Minha perdição. Fernanda era amiga de um amigo meu que, após muita insistência, consegui fazê-lo nos apresentar, e – por ironia do destino – tornar-me amigo dela. Minha esperança era, finalmente, conhecer o significado da palavra “amigos com benefícios” ou “amizade colorida”. Neste assunto, sobre a amizade dela, eu aproveito para reescrever uma poesia que fiz:
Quando o vermelho do sangue,
que é igual ao de toda pessoa
possui a mesma importância a todos
independentemente...
e o amor sendo sempre verdadeiro
e a preocupação desinteressada
um santo espírito irá nos arrebatar
e com sua verdade nos consumirá
para, quiçá, sermos livres
democrática e socialmente livres...
Fiz este poema tentando impressionar Fernanda, que é uma garota de fé; pseudo-intelectual e engajada politicamente. Assim como também sou – ao menos gosto de me pensar assim. Daí o poema. Mas até hoje não sei se impressionou, não posso culpá-la se não gostou. Eu mesmo não me impressionei.
Impressionado eu fiquei quando viajei para o sul do país e vi várias belas gurias, delicadas - ao menos no primeiro momento. À primeira vista pode nos enganar, nunca somos aquilo que mostramos primeiro. Fernanda mesmo me parecia menos temperamental que hoje. Em um esforço muitas vezes inconsciente, nos vemos deixando transparecer mais paciência e presteza com o próximo que com os que convivem conosco há mais tempo – ou seja, não ficamos em nosso normal. Creio que poderia tratar com mais carinho aqueles que realmente amo. Eu também poderia ser mais bem tratado, a reciprocidade seria uma combinação perfeita para evitar futuras rusgas. Quase tive uma rusga com meu irmão na viagem até Santa Catarina, motivados por uma pequena desavença quase encerrávamos nosso passeio ali, naquele momento. Eu odiaria não ter conhecido Fernanda dois dias depois. E hoje, não estaríamos dividindo a cama e os mais tolos sonhos deste distraído narrador.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Contato Imediato de 3º grau com o Desconhecido
(Ricarvalho)
No filme Contato, um personagem alienígena em conversa com a protagonista da trama ficcional solta a interessante frase: "Vocês são uma espécie interessante, uma mistura interessante. Vocês são capazes de terem sonhos tão lindos e também horríveis pesadelos. Vocês se sentem tão perdidos, tão solitários, mas não estão". Será que sim, ou que não?
Assistindo ao filme, me deparei com essa grande questão da humanidade, que nesta produção de 1997 relembrou-me, mas não respondeu; nem anteriormente no filme de Steven Spielberg: Contatos Imediatos de 3º – 1977, ótimo filme de 32 anos atrás. Então, hoje, já no finalzinho de 2009, me pego pensando e pesquisando sobre o mesmo assunto sem grandes certezas; sem alguma resposta concisa. Filosofando sobre essa questão: Existe vida além desta?
Estamos na era da informação, e a temos piscando com seus vários megapíxel a poucos centímetros de nossos olhos; em um monitor superfino com 32mb de cores. Algumas vezes a informação chega como um vídeo-manual – tornando clara a facilidade da obtenção deste valioso recurso. Por fim, fiquei realmente frustrado já que, mesmo com todos estes aparatos tecnológicos, descobri que ainda hoje cientistas gastam milhões para tirar fotos do espaço na esperançosa persistência paciente de que toda essa tecnologia milionária lhes oportuna afirmar: “Quem sabe um dia, um O.V.N.I passa distraído por nossas super-lentes e, neste dia, tenhamos uma imagem digital 100% confiável de um objeto voador não identificado – batizado com nossos nomes. E pedantes, possamos jogar na cara de todos que duvidaram de nossa gloriosa opinião formada sobre tudo. Amém!”.
Bem, não penso boas coisas dos pedantes que, assim como eu, olha-nos por sob suas palavras de dicionários e pose intelectual, com alguma prova cientifica em mãos de sua afirmativa. Afirmando que a verdade dos antigos não vale como verdade hoje por que “o mundo mudou”. Mesmo estudos recentes nos mostrando que usamos nosso cérebro da mesma forma que nossos ancestrais de milhares de anos passados – acelerando apenas o acesso. Se, após tanto tempo, não mudou um neurônio do lugar, o que explica esse hábito apressado que o mundo do século XXI tem em trocar sua tecnologia – sempre para uma superior, claro!? Alguns indícios nos apontam à velocidade com que trocamos informação como culpados: as novas tecnologias sociais (Twitter; Orkut; facebook e etc.); esta nova moda de “libertação/troca de conhecimento” em que vivemos. No mundo da informação destes dias os adjetivos segregadores carecem de porquês. Pois a única moeda válida é o saber, e este não confere valor às raças ou à religião. Descobri que, buscando entender perguntas infinitas, aprendo um pouco mais sobre o infinito – principalmente que as perguntas nunca cessarão; então, fico na torcida com os cientistas que, tenhamos algum o.v.n.i. distraído por ai. Mas em meu intimo, lhes confesso, espero que a magia dos mistérios permaneça a inebriar nossa imaginação. Pois como afirmou Einstein: “A imaginação é mais importante que o conhecimento”. E quem sou eu para contradizê-lo?
- Olha o ET!!
Só Deus sabe o que ainda veremos no futuro. Espero informação de primeira mão.
nesta foto da galáxia mais próxima da via lactea, tem um brilho suspeito no lado direito, na parte inferior à 100 pontinhos luminosos da esqueda para a direita, que me parece um O.V.N.I. - o que vocês acham? ;)
No filme Contato, um personagem alienígena em conversa com a protagonista da trama ficcional solta a interessante frase: "Vocês são uma espécie interessante, uma mistura interessante. Vocês são capazes de terem sonhos tão lindos e também horríveis pesadelos. Vocês se sentem tão perdidos, tão solitários, mas não estão". Será que sim, ou que não?
Assistindo ao filme, me deparei com essa grande questão da humanidade, que nesta produção de 1997 relembrou-me, mas não respondeu; nem anteriormente no filme de Steven Spielberg: Contatos Imediatos de 3º – 1977, ótimo filme de 32 anos atrás. Então, hoje, já no finalzinho de 2009, me pego pensando e pesquisando sobre o mesmo assunto sem grandes certezas; sem alguma resposta concisa. Filosofando sobre essa questão: Existe vida além desta?
Estamos na era da informação, e a temos piscando com seus vários megapíxel a poucos centímetros de nossos olhos; em um monitor superfino com 32mb de cores. Algumas vezes a informação chega como um vídeo-manual – tornando clara a facilidade da obtenção deste valioso recurso. Por fim, fiquei realmente frustrado já que, mesmo com todos estes aparatos tecnológicos, descobri que ainda hoje cientistas gastam milhões para tirar fotos do espaço na esperançosa persistência paciente de que toda essa tecnologia milionária lhes oportuna afirmar: “Quem sabe um dia, um O.V.N.I passa distraído por nossas super-lentes e, neste dia, tenhamos uma imagem digital 100% confiável de um objeto voador não identificado – batizado com nossos nomes. E pedantes, possamos jogar na cara de todos que duvidaram de nossa gloriosa opinião formada sobre tudo. Amém!”.
Bem, não penso boas coisas dos pedantes que, assim como eu, olha-nos por sob suas palavras de dicionários e pose intelectual, com alguma prova cientifica em mãos de sua afirmativa. Afirmando que a verdade dos antigos não vale como verdade hoje por que “o mundo mudou”. Mesmo estudos recentes nos mostrando que usamos nosso cérebro da mesma forma que nossos ancestrais de milhares de anos passados – acelerando apenas o acesso. Se, após tanto tempo, não mudou um neurônio do lugar, o que explica esse hábito apressado que o mundo do século XXI tem em trocar sua tecnologia – sempre para uma superior, claro!? Alguns indícios nos apontam à velocidade com que trocamos informação como culpados: as novas tecnologias sociais (Twitter; Orkut; facebook e etc.); esta nova moda de “libertação/troca de conhecimento” em que vivemos. No mundo da informação destes dias os adjetivos segregadores carecem de porquês. Pois a única moeda válida é o saber, e este não confere valor às raças ou à religião. Descobri que, buscando entender perguntas infinitas, aprendo um pouco mais sobre o infinito – principalmente que as perguntas nunca cessarão; então, fico na torcida com os cientistas que, tenhamos algum o.v.n.i. distraído por ai. Mas em meu intimo, lhes confesso, espero que a magia dos mistérios permaneça a inebriar nossa imaginação. Pois como afirmou Einstein: “A imaginação é mais importante que o conhecimento”. E quem sou eu para contradizê-lo?
- Olha o ET!!
Só Deus sabe o que ainda veremos no futuro. Espero informação de primeira mão.
nesta foto da galáxia mais próxima da via lactea, tem um brilho suspeito no lado direito, na parte inferior à 100 pontinhos luminosos da esqueda para a direita, que me parece um O.V.N.I. - o que vocês acham? ;)
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
O segredo do Amor
(Ricarvalho)
Começarei pelo inicio – o encontro.
Tudo acontece do advento conhecido como “o encontro”. Em certo momento de nossas vidas nos deparamos com outras pessoas: seja ao nascer em determinada família que, geralmente, é quando nos encontramos com os primeiros seres humanos e seus olhos avermelhados, orgulhos e felizes – o primeiro encontro geralmente é divino. Estas pessoas, as primeiras que encontramos em vida, tendem a se multiplicar com o passar dos anos, e logo os conheceremos como pais, irmãos, tios, primos e avós. Depois desses primeiros encontros que nos cativam com o toque e o olhar. Olhares que nos convidam a conhecer e sonhar; a acariciar, brigar e fazer as pazes – os primeiros encontros, os mais simples de se amar.
Com o tempo encontramos centenas de outras pessoas. A maioria sem muitas expectativas, sem o olhar acolhedor. Muitas vezes nos deparamos com um olhar desconfiado pelo caminho. Mas em alguns encontros raros, de pequenas afinidades, camaradagem e fidelidade; cativamos e somos cativados por algo intangível, mas milagroso – a amizade. Um amigo, diferente de um familiar, é alguém que escolhemos para amar. Não é fácil de reconhecê-lo diante de tantos. Não é fácil amá-los diante de tantos amores fugazes que passam pelo longo da vida. Muitas vezes somos cegados pela nossa própria vaidade; por criar padrões irreais. Esquecemos da peneira do olhar. Aquele primeiro que nos cativara no inicio de nossas vidas. Mas quando, após o ofuscamento do caos do mundo cessa; quando a limpidez de nossas vistas livra-se da confusão dos passageiros encontros; quando, finalmente, conseguimos vê o brilho do amor – fraterno e real – nas íris de amigos cativos, e estes nos nossos, poderemos afirmar que aquele encontro valeu a pena. Que o destino nos foi afável. E, através destes segundos encontros, aprendemos a amar o mundo.
Agora, dito tudo isto, descrevo a visão que tenho deste segredo divino.
O segredo do amor me parece tão simples quanto nossas necessidades primitivas e instintivas. Nascemos carentes do encontro com o sentimento mais puro que apenas perpetua-se no amar. Vivemos em sociedade, cercados por pessoas com desejo semelhante. Desejando encontrar alguém ou ser encontrado. O segredo para alcançarmos esse calor que nos aquece nos dias mais frios e nas adversidades de nossas vidas não é fácil, mas é simples. O segredo do amor, de amar e ser amado, é rasgar a casca dura que cobre o peito. Uma casca moldada com orgulho, vaidades e pré-conceitos. Precisamos abrir o peito e deixar a brisa suave do amor soprar em nossos corações sem aprisioná-la. Tal brisa precisa ser livre para ir e vir. O amor precisa ser uma via de mão dupla para ser verdadeiro. E ao amar, de tal maneira, ficamos mais próximo do divino.
Começarei pelo inicio – o encontro.
Tudo acontece do advento conhecido como “o encontro”. Em certo momento de nossas vidas nos deparamos com outras pessoas: seja ao nascer em determinada família que, geralmente, é quando nos encontramos com os primeiros seres humanos e seus olhos avermelhados, orgulhos e felizes – o primeiro encontro geralmente é divino. Estas pessoas, as primeiras que encontramos em vida, tendem a se multiplicar com o passar dos anos, e logo os conheceremos como pais, irmãos, tios, primos e avós. Depois desses primeiros encontros que nos cativam com o toque e o olhar. Olhares que nos convidam a conhecer e sonhar; a acariciar, brigar e fazer as pazes – os primeiros encontros, os mais simples de se amar.
Com o tempo encontramos centenas de outras pessoas. A maioria sem muitas expectativas, sem o olhar acolhedor. Muitas vezes nos deparamos com um olhar desconfiado pelo caminho. Mas em alguns encontros raros, de pequenas afinidades, camaradagem e fidelidade; cativamos e somos cativados por algo intangível, mas milagroso – a amizade. Um amigo, diferente de um familiar, é alguém que escolhemos para amar. Não é fácil de reconhecê-lo diante de tantos. Não é fácil amá-los diante de tantos amores fugazes que passam pelo longo da vida. Muitas vezes somos cegados pela nossa própria vaidade; por criar padrões irreais. Esquecemos da peneira do olhar. Aquele primeiro que nos cativara no inicio de nossas vidas. Mas quando, após o ofuscamento do caos do mundo cessa; quando a limpidez de nossas vistas livra-se da confusão dos passageiros encontros; quando, finalmente, conseguimos vê o brilho do amor – fraterno e real – nas íris de amigos cativos, e estes nos nossos, poderemos afirmar que aquele encontro valeu a pena. Que o destino nos foi afável. E, através destes segundos encontros, aprendemos a amar o mundo.
Agora, dito tudo isto, descrevo a visão que tenho deste segredo divino.
O segredo do amor me parece tão simples quanto nossas necessidades primitivas e instintivas. Nascemos carentes do encontro com o sentimento mais puro que apenas perpetua-se no amar. Vivemos em sociedade, cercados por pessoas com desejo semelhante. Desejando encontrar alguém ou ser encontrado. O segredo para alcançarmos esse calor que nos aquece nos dias mais frios e nas adversidades de nossas vidas não é fácil, mas é simples. O segredo do amor, de amar e ser amado, é rasgar a casca dura que cobre o peito. Uma casca moldada com orgulho, vaidades e pré-conceitos. Precisamos abrir o peito e deixar a brisa suave do amor soprar em nossos corações sem aprisioná-la. Tal brisa precisa ser livre para ir e vir. O amor precisa ser uma via de mão dupla para ser verdadeiro. E ao amar, de tal maneira, ficamos mais próximo do divino.
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