(Ricarvalho)
Fernando Pessoa disse certa vez: "O mundo é de quem não sente. A condição essencial para se ser um homem prático é a ausência de sensibilidade." - Por isso minha condição é de poeta, acredito que praticidade insensível, é a normalidade dos medíocres ou a venda dos servis. E sim, eles são dominantes do mundo, mas pecadores de sua própria alma; da vida - a qual nada deixarão a não ser uma existência vazia.
Precisamos de uma postura sensata, sensível, presente e intensa em relação à vida; às pessoas.
Devemos seguir nossas próprias palavras! Somos servos de nossa honra e crença ou somos servientes às de outros – Tolos e imundos. E não acredito que devemos dar a outra face. É melhor desviar a face quando lhe derem na cara. Assim se evita um seguinte e, uma possível briga ou morte posteriormente – não somos santos.
Algumas vezes a tristeza nos acompanha por simplesmente, esquecermos de cativar; cuidar e nos fazermos presente aos momentos e pessoas certas – aquelas que nos lembrarão da felicidade, mesmo já distante. Talvez possamos até sorrir, quem sabe até chorar - ao lembrarmos-nos de nossas vidas. E, quem nos dera fossemos todos santos: puros e sensatos. Mas como não, no mínimo, é preciso amar as pessoas como se no minuto seguinte nossa existência acabar-se-ia, chegando ao fim num rompante – e de certo, corremos tal risco. Podemos não ter outra oportunidade de dizer o quanto amamos; de saber o quanto somos amados. Perdendo as oportunidades que nos são dadas de graça.
Costumo bater nessas teclas incasavelmente:
Amar é se doar, diferente da paixão que é só querer... E para se viver intensamente o pouco tempo que nos resta, é preciso ter o brilho no olhar. Um brilho que para muitos, já está um tanto opaco, precisando das lágrimas que vivem no abismo de sentimentos represados para extirpar a sujeira da alma; e, também, a sensibilidade de um alguém que lhes as enxugues – que lhes renove o brilho de uma meninice já há tanto esquecida. É preciso amor real, e não os banais: “eu te amo” de primeiros encontros, dos jovens e imaturos. Dos insensíveis do inicio deste texto.
O amor é uma rosa cheia de espinhos, você se fura várias vezes antes de ter o merecimento de sentir seu perfume. Aquele que foge do amor ao primeiro arranhão não o merece. Não o tem em plenitude.
Quero abraçar uma rosa, mas seus espinhos me afastam
Preciso beijar uma rosa, mas seus espinhos me rasgam
- Rosa, me rasgue, mas nunca me escape.
(nem nunca me prendas)
Não permita que as flores que moram em suas vidas morram, e nem as coloque em redomas de vidros, trate-as com a mais sincera verdade e permita as vindas e idas das borboletas – permita-as sentir o sereno da manhã. Sejamos o substantivo do verbo amar. Eu vivo minha utopia neste sentido. Mas para eu que a vivo não é apenas um sonho de noite passageira, é a realidade de uma vida inteira. Apesar dos percalços da vida, das pedras no caminho.
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