E eu digo, e ainda caio...

"Se você por acaso cair, não culpe a pedra ou o degrau. Culpe sua visão e atitude falha diante das lombadas no caminho...."RiCarvalho

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Doces beijos.


(RiCarvalho)

sem palavras, doces beijos.
massageiam meus lábios,
conduzem minha mente,
descem...
como em um labirinto,
me perco,
esqueço...
derrama uma gota,
um mar,
é gozo.
...quisera dizer algo,
fotografar o momento,
não há palavras,
nada,
só sentimentos,
pele.
Tornei-me verão,
suor,
eternidade...
e epitáfio.
...

terça-feira, 29 de junho de 2010

Um Ator da Vida

(RiCarvalho)

Com o despertar das cortinas
Escolho as mascaras do dia-a-dia.
Já fui tantos, sou ninguém.
Um tanto assim, um pouco assado.
Um homem bom – Ego:
Por solidariedade; pela sociedade.
Que aplaude o Bom – a fraude.

Sigo a corrente, procuro o fácil.
(assim, tão difícil...)
Sinto nada do que nada sinto – finjo.
São tantas vidas numa só.
Tantos mortos - que finjo dó.

Cenas e cenas me vêm a mente
Já não sei mais, quais que mentem
Amo a todas desta novela
(mas finjo o gozo – que goza nelas)
E choro tanto pelas mazelas...
com lágrimas secas de cinema.

Por tanto,
Aguardo o adormecer das cortinas.
Junto ao fim sagrado, de minh’agonia.
(que seja em uma cena com chuva - clichê)
...

quarta-feira, 23 de junho de 2010

O Silêncio


(RiCarvalho)

Um mundo sem ruídos,
daqueles que falam baixinho,
que nem se escuta. Ninguém quer...

As vezes nos dói ouvi-los, seu som é mudo.
E isso pode enlouquecer alguns.
A acústica do silêncio é demais ao mundo.

O silêncio é um grito de nossa alma,
que busca a paz, e nem sempre a alcança.
um alvo distante, invisível e insensível.
Em um mundo de sofrimento, que não se cala.

Tapo os ouvidos,
choro baixinho...
(preciso calar essa dor).
...

Sob um olhar sentimental.

(Ricarvalho)

Fernando Pessoa disse certa vez: "O mundo é de quem não sente. A condição essencial para se ser um homem prático é a ausência de sensibilidade." - Por isso minha condição é de poeta, acredito que praticidade insensível, é a normalidade dos medíocres ou a venda dos servis. E sim, eles são dominantes do mundo, mas pecadores de sua própria alma; da vida - a qual nada deixarão a não ser uma existência vazia.

Precisamos de uma postura sensata, sensível, presente e intensa em relação à vida; às pessoas.
Devemos seguir nossas próprias palavras! Somos servos de nossa honra e crença ou somos servientes às de outros – Tolos e imundos. E não acredito que devemos dar a outra face. É melhor desviar a face quando lhe derem na cara. Assim se evita um seguinte e, uma possível briga ou morte posteriormente – não somos santos.

Algumas vezes a tristeza nos acompanha por simplesmente, esquecermos de cativar; cuidar e nos fazermos presente aos momentos e pessoas certas – aquelas que nos lembrarão da felicidade, mesmo já distante. Talvez possamos até sorrir, quem sabe até chorar - ao lembrarmos-nos de nossas vidas. E, quem nos dera fossemos todos santos: puros e sensatos. Mas como não, no mínimo, é preciso amar as pessoas como se no minuto seguinte nossa existência acabar-se-ia, chegando ao fim num rompante – e de certo, corremos tal risco. Podemos não ter outra oportunidade de dizer o quanto amamos; de saber o quanto somos amados. Perdendo as oportunidades que nos são dadas de graça.

Costumo bater nessas teclas incasavelmente:
Amar é se doar, diferente da paixão que é só querer... E para se viver intensamente o pouco tempo que nos resta, é preciso ter o brilho no olhar. Um brilho que para muitos, já está um tanto opaco, precisando das lágrimas que vivem no abismo de sentimentos represados para extirpar a sujeira da alma; e, também, a sensibilidade de um alguém que lhes as enxugues – que lhes renove o brilho de uma meninice já há tanto esquecida. É preciso amor real, e não os banais: “eu te amo” de primeiros encontros, dos jovens e imaturos. Dos insensíveis do inicio deste texto.

O amor é uma rosa cheia de espinhos, você se fura várias vezes antes de ter o merecimento de sentir seu perfume. Aquele que foge do amor ao primeiro arranhão não o merece. Não o tem em plenitude.

Quero abraçar uma rosa, mas seus espinhos me afastam
Preciso beijar uma rosa, mas seus espinhos me rasgam
- Rosa, me rasgue, mas nunca me escape.
(nem nunca me prendas)

Não permita que as flores que moram em suas vidas morram, e nem as coloque em redomas de vidros, trate-as com a mais sincera verdade e permita as vindas e idas das borboletas – permita-as sentir o sereno da manhã. Sejamos o substantivo do verbo amar. Eu vivo minha utopia neste sentido. Mas para eu que a vivo não é apenas um sonho de noite passageira, é a realidade de uma vida inteira. Apesar dos percalços da vida, das pedras no caminho.

sábado, 5 de junho de 2010

E se não for amor...


(RiCarvalho)
Amo-te em um rompante,
penso querer-te sempre
(e quase sempre quero).

Mas o amor não é só isso...
amar é mais que uma, duas ou três noites
é mais que um ensaio
melhor que a cena do filme mais romântico.

É preciso tempo para um apego verdadeiro
é preciso mais que paixonites para se viver assim, eternamente
E é preciso que tal momento seja infinito.

E, caso dure, será amor...
caso não, que a aventura valha, e fique na memória.
Como os melhores casos, dos melhores contos...

e na velhice se lembre:
“Vivi intensamente e gozei das oportunidades”
(as poucas e intensas)
E que estas vivam em versos e lembranças.
....